Momentos especiais merecem post’s distintos e, por isso mesmo, aqui vai um segundo post do mesmo dia, 22 de Janeiro.
Hoje a nossa recepcionista (chamada carinhosamente de “Santa”) aproximou-se da minhas secretária e, com 4 envelopes na mão, disse-me que era correspondência para mim.
Instintivamente, e quase sem olhar para o que ela trazia na mão, disse que não poderia ser para mim mas ela, com um largo sorriso irónico, disse “É para si sim senhor, veja que tem o seu nome”. Naquele instante olhei para a mão dela, já estendida na minha direcção, e vi o meu nome no primeiro. Admirado admiti “Sim, este é para mim” e, já retirando-lhe o envelope das mãos, agradeci. Nesse mesmo instante ela disse “Não, é esse e os outros todos, têm todos o seu nome”.
Aí disse que não podia ser mas verifiquei que, afinal, eu estava enganado.
Não 1
Não 2
Não 3
Mas 4 Envelopes...
Ela retirou-se e, naqueles instantes iniciais pensei que não poderia ser mas, depois da surpresa que tive no dia 13, rapdiamente associei a uma surpresa da minha metade. O primeiro raciocínio foi semelhante à frase que lhe disse quando me ligou a pedir para ir à porta (ver post do dia 13 de Janeiro), ou seja, “o que é que ela andou a inventar”.
Ao abrir percebi…
“Um coração grande enche-se com pouco. Amo-te
Sempre tua Patrícia
NNNN”
(o NNNN não fazia parte da mensagem mas, como estava logo abaixo, li-o como parte integrante da mensagem).
E nesse momento fiquei extremamente contente. Abri então o segundo envelope porque, pensei, cada um deveria conter uma parte de uma mensagem que só faria sentido lendo os quatro. Euforicamente, como uma criança quando abre os presentes de natal, abri o segundo e, para meu espanto, a mensagem era a mesma. “Vêm aos pares” pensei… “Como somos 2”… Com a mesma energia abri o terceiro e… A mesma mensagem… Nesse momento já não consegui encontrar explicação e, já com menos energia e euforismo, abri o quarto e, já sem muita surpresa, vi a mesma mensagem.
Fiquei por algum tempo a tentar perceber o objectivo de enviar 4 telegramas iguais mas não consegui perceber.
Reparei então no estranho formato dos envelopes... Eram mais curtos do que os modelos que eu conhecia e, passado pouco tempo de os observar com um pouco de cuidado percebi qual era a diferença... Os envelopes tinham sido cortados a meio e colados na extremidade cortada...
O mistério só ficou desfeito depois de falar com a Patrícia. A primeira explicação não foi suficiente para que ela percebesse o que eu tinha recebido e, nesse momento, percebi que teria sido um erro.
Explicou-me então qual era o verdadeiro objectivo da surpresa e, também, o porquê e origem daquela frase...
Aqui fica mais um TEMPO DE ANTENA para a autora da surpresa...
Objectivo:
É importante perceber que, para além de ter demorado imenso tempo a chegar, o que não se coaduna com a realidade ou o propósito de um telegrama, chegou de forma totalmente inesperada. É verdade que nunca tinha enviado um telegrama até à data de 12 de Janeiro, mas sempre pensei que o seu acto de entrega e recebimento respeitava aquilo que estava habituada a ver, diga-se, na pequeno e no grande écran! Percebi o meu engano quando o João me perguntou porque é que alguém mandava 4 vezes a mesma coisa. Ahn???? Não!?! Eu queria que o telegrama fosse entregue naqueles papéis quadrados pequeninos e lido ao destinatário em primeira mão! Aparentemente isso só se deve verificar nos filmes, porque de Portugal para Angola a realidade é outra!
Mais uma vez, fica a contar a intenção...
Uma breve explicação sobre a escolha e origem da frase:
Poderá parecer estranho mas a primeira vez que a li foi numa casa de banho de um restaurante / bar, bem distante em termos geográficos. E não, não pensem que me estou a referir àquela literatura habitual de portas de casas de banho...
Não recordo o nome do local, mas posso dizer que fica numa das muitas avenidas da belíssima cidade de Guadalajara, a mexicana! A descoberta do lugar devo-a ao Patrick, o meu eterno partner. Gostei tanto do mesmo que pedi para lá voltarmos mais vezes durante aquela magnífica semana.
O design do espaço não era nada de extraordinário, mas as casas de banho tinham uma decoração que na altura achei peculiar. Hoje em dia esta decoração já é prática comum... Eram decoradas com vinis que continham excertos de poemas ou frases emblemáticas, ao que me pareceu, de autores sul-americanos.
Uma em particular chamou-me a atenção, pelo alcance e dimensão do que estava reduzido a poucas palavras. António Porchia soube dizê-lo e escrevê-lo de forma sublime. Achei uma verdade absoluta e indiscutível, quanto maiores são os corações, mais fáceis são de preencher com pequeninos gestos.
Posteriormente a curiosidade levou-me a querer saber mais sobre este senhor. Descobri que não era “totalmente” sul americano. Nasceu em 1985 em Conflenti (Itália), e aos 15 anos emigrou para a Argentina onde viveu praticamente toda a sua vida até falecer em 1968. Esta é uma das suas frases emblemáticas, traduzida do original em Castellano “Un corazón grande se llena con poco”.
Recordo que na altura me marcou e no momento em que estava na estaçãodos CTT e pensei “como vou escrever algo por poucas palavras que signifique muito...?” e de repente veio-me à memória a frase lida naquela tarde quente de Abril!
Explicou-me então qual era o verdadeiro objectivo da surpresa e, também, o porquê e origem daquela frase...
Aqui fica mais um TEMPO DE ANTENA para a autora da surpresa...
Objectivo:
É importante perceber que, para além de ter demorado imenso tempo a chegar, o que não se coaduna com a realidade ou o propósito de um telegrama, chegou de forma totalmente inesperada. É verdade que nunca tinha enviado um telegrama até à data de 12 de Janeiro, mas sempre pensei que o seu acto de entrega e recebimento respeitava aquilo que estava habituada a ver, diga-se, na pequeno e no grande écran! Percebi o meu engano quando o João me perguntou porque é que alguém mandava 4 vezes a mesma coisa. Ahn???? Não!?! Eu queria que o telegrama fosse entregue naqueles papéis quadrados pequeninos e lido ao destinatário em primeira mão! Aparentemente isso só se deve verificar nos filmes, porque de Portugal para Angola a realidade é outra!
Mais uma vez, fica a contar a intenção...
Uma breve explicação sobre a escolha e origem da frase:
Poderá parecer estranho mas a primeira vez que a li foi numa casa de banho de um restaurante / bar, bem distante em termos geográficos. E não, não pensem que me estou a referir àquela literatura habitual de portas de casas de banho...
Não recordo o nome do local, mas posso dizer que fica numa das muitas avenidas da belíssima cidade de Guadalajara, a mexicana! A descoberta do lugar devo-a ao Patrick, o meu eterno partner. Gostei tanto do mesmo que pedi para lá voltarmos mais vezes durante aquela magnífica semana.
O design do espaço não era nada de extraordinário, mas as casas de banho tinham uma decoração que na altura achei peculiar. Hoje em dia esta decoração já é prática comum... Eram decoradas com vinis que continham excertos de poemas ou frases emblemáticas, ao que me pareceu, de autores sul-americanos.
Uma em particular chamou-me a atenção, pelo alcance e dimensão do que estava reduzido a poucas palavras. António Porchia soube dizê-lo e escrevê-lo de forma sublime. Achei uma verdade absoluta e indiscutível, quanto maiores são os corações, mais fáceis são de preencher com pequeninos gestos.
Posteriormente a curiosidade levou-me a querer saber mais sobre este senhor. Descobri que não era “totalmente” sul americano. Nasceu em 1985 em Conflenti (Itália), e aos 15 anos emigrou para a Argentina onde viveu praticamente toda a sua vida até falecer em 1968. Esta é uma das suas frases emblemáticas, traduzida do original em Castellano “Un corazón grande se llena con poco”.
Recordo que na altura me marcou e no momento em que estava na estaçãodos CTT e pensei “como vou escrever algo por poucas palavras que signifique muito...?” e de repente veio-me à memória a frase lida naquela tarde quente de Abril!
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