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sábado, 9 de junho de 2012

21.Abr.11 – Os Kandongueiros…

É verdade…

Os Kandongueiros…

Algumas das pessoas estarão agora a pensar “o que será?” outras, mais familiarizadas com a realidade e cultura, conseguirão identificar ao que se refere este post.

Lanço um desafio… Gostaria que quem lesse este post colocasse nos comentários aquilo que era, à partida, a sua interpretação/entendimento para “os Kandongueiros”.

De forma simples e concisa os Kandongueiros são “os táxis” de Luanda. Genéricamente são Toyotas Hiace pintadas no exterior na parte inferior de azul (até ao nível dos vidros) e acima de branco. Normalmente é colocado um banco adicional (3 filas de bancos e não 2 como é a “versão original”) e desta forma é possível aumentar a capacidade (e consequentemente a rentabilidade) do Kandongueiro.

O Kandongueiro tem o motorista e um cobrador.

Existem numa quantidade inimaginável por toda a cidade e são o meio de transporte de eleição (não por vontade mas por falta de opções) de 90% da população.

Por serem “os únicos” meios de transporte os Kandongueiros, para além das pessoas, transportam de tudo… Animais (vivos, claro está), Mercadoria (todo o tipo de artigos que são vendidos nas ruas de Luanda), Lenha, e tudo o resto que se ouse imaginar…

Ao volante dos Kandongueiros encontra-se de tudo… Jovens que aparentemente nem idade têm para ter carta, pessoas que estavam mais habituadas a conduzir KAMAZ ou BERLIET, sendo que grande parte dele comungam apenas de dois grandes princípios: i) conduzir o mais depressa possível (apesar de muitas vezes andar ser praticamente impossível) e ii) ignorar a maior quantidade de regras de trânsito possível.

Provavelmente torna-se mais fácil perceber “estes princípios” percebendo como funciona o “negócio” os Kandongueiros. 

De forma muito sintética faço então uma pequena explicação do Plano de Negócios:
i)                     O investidor adquire um HIACE (que com a recente mudança de legislação já não pode ser uma carrinha vinda da Europa com 20 anos);
ii)                   Arranja um “condutor” que se responsabiliza pelo negócio. Com isso tem que “angariar” o cobrador e garantir o valor acordado semanalmente;
iii)                  Falando de valores… Em muitos casos são 500 Usd por semana que o condutor terá que pagar ao investidor. Com os valores cobrados (em média 200 AKZ = 2 Usd) são garantidos os 100 Usd diários para o investidor e a restante receita é dividida pelo condutor e pelo cobrador. Ao sábado toda a receita é apenas para o condutor.

Assim são a versão Angolana dos Moçambicanos “Chapas”.

Para exemplificar, aqui fica uma foto de um Kandongueiro tirada pelo Repórter num dos dias de imenso trânsito.



quarta-feira, 6 de junho de 2012

11.Abr.11 – Divulgação: Rock Made in Angola


Muitas vezes escrevemos “Angola está a mudar” e acredito que para que não está por cá ache que se trata de um exagero. 

É normal. Quando estamos numa sociedade madura as mudanças não são muito visíveis. Poucas são as cidades no mundo em que se constroem 5 ou 6 edificios em plena Baixa da Cidade, poucas são as cidades em que, de uma forma geral, existam obras nos passeios de 50% das ruas, poucas são as cidades  onde quase todos os dias se vê algo novo.

Evidentemente que extrapolando para outros campos, nomeadamente o cultural, a velocidade com que aparecem novidades é também elevado (apesar de ser inferior). E é um bocadinho isso que se sente…

"Um mundo" (país e cidade) em perfeita mutação.

O link que agora divulgamos é um bom exemplo. Um blog relativamente recente onde se divulga e apresenta o Rock feito em Angola. Sugerimos que o acompanhem. Quem está longe terá oportunidade de perceber e sentir o crescimento e aumento de maturidade e quem está por cá aumenta o seu leque musical e poderá assim também enriquecer culturalmente e minimizar a quantidade de vezes que se lamenta pela falta de diversidade.

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