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quinta-feira, 31 de março de 2011

11 de Dezembro – Um jantar de despedida muito especial

Quis o destino que fosse na véspera do meu aniversário, do ano de 2010, que seria oganizado o jantar de despedida para um dos colaboradores mais respeitados da empresa em Angola e que a mim me diz muito…

Poucos dos actuais leitores se lembrarão da referência à pessoa que me recebeu quando cheguei à primeira casa (sim porque neste momento já estou na terceira casa) em Angola… Acho que deveriam ler, até porque agora poderão rir-se acerca das minhas emoções quando cheguei, mas aqui deixo o pequeno texto a que me refiro:

“De uma forma desportiva surge-me então um homem com barba e cabelo branco que aparentava ter 60 anos. À primeira impressão tratava-se dum homem muito sério, rígido e rigoroso. Recebeu-me duma forma amigável, explicou-me onde seria o meu quarto (num anexo da casa porque os três quartos estavam por agora ocupados) e disse-me “bom, agora certamente quer ir descansar um pouco não é?”. Perante esta pergunta, e consciente que se dormisse umas horas iria ficar mole e desconfortável o resto do dia, disse-lhe que tencionava dormir só à tarde.

Ele explicou-me que pensava ir a um bar de praia, onde se encontrava com os amigos ao domingo e que, se eu quisesse, pretendia levar-me. Passaríamos lá a manhã, almoçávamos e à tarde regressaríamos a casa para descansar.”

E este é o senhor de quem hoje nos despedimos… O Sr.Cabral…

Aquela figura “autoritária”, consistente e responsável que, durante alguns anos, foi o responsável pela empresa e que até aos dias de hoje, em cada acção que tomava, pensava sempre no que poderia trazer mais valias para a empresa.

Aquela pessoa que às 6.30 já estava no escritório.. Que garantia que as portas estavam trancadas, que geria os motoristas, etc etc etc..

No fundo, e acho que ele não se zangaria comigo se lesse este post, o “guardião da empresa” e, agora dito com a certeza de quem também o sente, a referência de cada um de nós…

Cada vez que chegou alguém novo o sr. Cabral sempre se preocupou com a sua integração e bem estar e, por isso mesmo, foi ganhando o nosso respeito e admiração…

Mas chega de falar do passado…

Este é o post para falar do presente… O jantar de despedida do Sr. Cabral…

Foi uma surpresa, no agradável Cais de 4,em que nós já todos aguardávamosa sua chegada (cerca de 40 pessoas) e ele chegou para um “normal” jantar com o antigo Director Geral da empresa que foi nosso cúmplice…

À chegada muita emoção… Afinal de contas estávamos ali todos para marcar um momento que seria o afastamento deste nosso querido colega…

A refeição pouco interessa…

Interessam sim as palavras que foram ditas… A homenagem que cada um, da forma que soube, conseguiu dar para inaltecer este nosso querido colega.

De mim, em particular, fica um agradecimento ao colega mais velho que me recebeu, apoio e acompanhou de froma a que eu me adaptasse o melhor possível a este país que, como tanto se diz por cá “não é para todos”…

Ficam as saudades das discussões políticas e futebolísticas entre o Sr. Cabral e o Paulo… Ficam também as agradáveis conversas sobre o nosso país e, em particular, sobre Vale de Milhaços…

Pois… Porque afinal de contas, foram necessários 7.000 Km para conhecer este “meu vizinho”.

Um abraço Sr. Cabral.

domingo, 27 de março de 2011

11 de Dezembro - A casa nova...

Para enquadrar este post é necessário voltar um pouco atrás no tempo, mais precisamente à vinda para Angola.

A minha vinda para Angola, e o nosso início de vida cá, não foi feito nas condições ideais, nomeadamente para quem já tinha a independência conquistada em Portugal, ou seja, vim juntar-me ao repórter numa guest house da empresa dele, o que representava ter que dividir os espaços comuns com mais pessoas. Se isso permitia que a agitação e o movimento fosse uma constante, facilitando em algumas situações a adaptação inicial, todos sabemos que, na maior parte das vezes, queremos o nosso espaço, por mais pequeno que seja, mas precioso!

Daí que a mudança de trabalho em Setembro tenha trazido uma das melhores novidades à nossa vida em Angola, mais rapidamente do que julgávamos, o irmos habitar um espaço só para nós! Contudo a procura do mesmo ficava pela nossa conta e risco... Quem por aqui reside sabe que a procura de apartamentos é uma tarefa árdua em Luanda e que, por falta de tempo, nem sempre ficamos de imediato com a melhor opção. Efectivamente o tempo não jogava a nosso favor e fomos pela opção mais fácil, alugar um apartamento no condomínio onde trabalho. Com todos os contras que isso trazia, nomeada e principalmente, o repórter ter que levantar-se cedíssimo todos os dias para vir trabalhar para a cidade. Mas a felicidade de termos o nosso cantinho, com algumas facilidades e espaços comuns, superava qualquer coisa, inclusive os atritos com a proprietária que queria definir o câmbio, para a transferência do aluguer anual (sim, por aqui paga-se alugueres anuais, e talvez semestrais com proprietários simpáticos!!!), segundo os seus próprios critérios... águas passadas, a chave estava na nossa mão e agora começava mais uma missão, que já se antecipava complicada, a decoração!

Duas visitas à Moviflor deram para perceber como é que algumas empresas enriquecem... a fórmula em Angola parece à partida simples: sem uma autoridade eficaz para controlar as actividades comerciais, as margens multiplicam-se por 4 face às margens nos países de origem... Os custos com importação são sempre utilizados na equação, nomeadamente para justificar que uma mesa de cabeceira de folheado custe 220Euros...

Queixumes à parte, e entre visitas à Mabílio, ao Mega, à Casa e Coisas, entre outros, lá fomos comprando o essencial e necessário para iniciarmos a nossa vidinha! É um facto que regressamos a casa no Natal com metade das coisas compradas, mas não interessa nada, pois sabiamos que ao voltar a Luanda teriamos a nossa cama à nossa espera!

Já o sofá... estaria para vir...

sábado, 26 de março de 2011

10 de Dezembro – TAAG cancela todos os voos

Na sequência do ocorrido no dia 6 de Dezembro, após muita especulação e contra-informação, a TAAG comunicou o cancelamento de todos os voos porque, segundo fonte oficial, foram detectados alguns defeitos nas aeronaves da companhia.

Aqui ficam duas notícias, relacionadas com este assunto, publicadas pelo Portal ANGOP:

TAAG - Cronologia dos acontecimentos

Luanda - As Linhas Aéreas de Angola, TAAG, têm as quatro aeronaves que compõem a sua frota de longo curso paralisada, por “razões técnicas”, o que segundo o administrador da empresa, Rui Carreira, se traduz em um dos períodos mais difíceis da sua história.

Siga, por ordem cronológica, aos principais factores que foram indicados hoje, em conferência de imprensa, como causas para o surgimento e agravamento desta situação:
No dia 21 de Outubro do ano em curso a tripulação do Boeing 777-200 que devia ligar a cidade do Rio de Janeiro (Brasil), a capital angolana, foi obrigada a abortar a descolagem por problemas no motor direito; A avaria motivou a antecipação da manutenção programada, que deveria ocorrer em meados de Novembro e certificou que a mesma não estava em condições de operar.

No dia 16 de Novembro outra aeronave do mesmo tipo teve um pequeno problema, também no motor, localizado sob a asa direita.

No dia 6 de Dezembro o terceiro aparelho do mesmo modelo registou uma anomalia no motor do lado Direito, quando deixava a capital portuguesa em direcção a Luanda, facto que obrigou a tripulação a regressar ao aeroporto de procedência, onde se encontra até ao momento.

No dia 9, quinta-feira, o aparelho que estava em funcionamento efectuou a rota Luanda/Lisboa, e por uma questão de precaução o Gabinete de Segurança de Voos da TAAG, orientou que se fizesse uma inspecção minuciosa aos motores, verificando-se que o propulsor direito estava com problemas, que comprometiam a sua normal utilização.

Na manhã de hoje (sexta-feira), foi registada uma pequena pane num dos motores do Boeing 747, o que fez com que se cancelasse o voo para São Paulo (Brasil); A aeronave, seguiu então para Joanesburgo a fim de fazer uma inspecção cuidada aos motores, pelo que, se aguardam a qualquer instante informações sobre o seu real estado.

A transportadora de bandeira tem duas aeronaves em Lisboa, que aguardam pela troca de motores; Uma no Rio de Janeiro para igual tratamento; Uma terceira em Joanesburgo, em diagnóstico.

Em normal operação a TAAG conta, neste momento, apenas com sete aeronaves de médio porte, engajadas na realização de voos domésticos e regionais.

In Portal ANGOP (http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/transporte/2010/11/49/TAAG-Cronologia-dos-acontecimentos,19eda898-e6fe-45cb-86a0-bcc8108c122d.html)



TAAG freta aparelhos para contornar períodos críticos

Luanda - Com o fim de contornar o período critico provocado pela paralisação, por “razões técnicas”, das aeronaves da sua frota de longo curso, as Linhas Aéreas de Angola (TAAG) estão a envidar esforços no sentido de alugar aparelhos para cumprir com os compromissos imediatos.

Estas declarações foram prestadas hoje, em Luanda, pelo administrador da companhia, Rui Carreira, quando em conferência de imprensa, anunciava os momentos difíceis que a companhia angolana de bandeira enfrenta, talvez mais complicados que os vividos aquando da interdição de voar para o espaço aéreo europeu, considerou.

“Não temos outros aparelhos disponíveis e para honrarmos os compromissos imediatos, estamos a envidar esforços para alugar aeronaves no mercado internacional, o que é sempre muito difícil nesta época do ano”, lamentou

Para já, continuou, temos confirmados dois aviões de duas companhias portuguesas: um Airbus A340-400 da Aero Atlantic e um Boeing 767 da Air Fly.

Ainda de acordo com o administrador, esta medida acarreta um grande esforço financeiro com o qual a TAAG não contava, já que as avarias ocorreram em cadeia.

Outro dado preocupante, para o administrador, é o facto das aeronaves alugadas não terem a mesma configuração que as da TAAG, em termos de cabine, uma vez que não possuem a primeira classe, têm poucas cadeiras em executiva e grande parte da cabine ocupada por cadeiras na classe económica.

“Este facto nos vai causar enormes transtornos comerciais, mas que serão por nós acautelados caso a caso”, afirmou.

In Portal ANGOP (http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/transporte/2010/11/49/TAAG-freta-aparelhos-para-contornar-periodos-criticos,7b4825b4-1c50-48d0-9efd-c93f7569712b.html)

quarta-feira, 23 de março de 2011

6 de Dezembro – Prédio da Cuca e TAAG

Num só dia duas notícias abalam o povo Angolano.

Depois de muito se espectular e falar sobre essa possibilidade, na noite de 5 para 6 de Dezembro o prédio da cuca, situado no Kinaxixi, deu efectivamente sinal de derrocada e, por isso mesmo, foram dadas 24 horas aos moradores para retirarem alguns dos seus bens do edifício.

Hoje, pelas 12 horas, diz-se que continuam a ser evidentes os sinais de derrocada. Eu não sei… Não fui nem terei oportunidade de ir até lá mas, tal como todos os que por cá estão, sinto a perda de um símbolo desta cidade.

Aquele é (ou era) um edifício mítico da cidade. Tal como já tiveram oportunidade de ler também a cô-repórter olhava para quele edifício dessa forma… Também ela fazia questão de ter fotografias “com o prédio da Cuca”…

Conseguimos tirá-las a tempo…

E a outra notícia relacionada também com Angola é o acidente/incidente que envolveu um avião da companhia de bandeira Angolana, a TAAG. Ao que parece após a descolagem, ainda sobre Almada, foram projectadas peças do motor que caíram sobre algumas viaturas e ainda provocaram alguns ferimentos em peões…

Depois do sério problema que a companhia teve há alguns anos, que originou a sua entrada na Lista Negra da Comunidade Europeia, onde ainda está, muito se especulou hoje sobre este acidente…

Pessoalmente é um tema que me preocupa duplamente… Em primeiro porque a minha viagem no natal será na TAAG e poderei vir a ter dificuldades a fazer o voo ou, pior, poderá o voo ter problemas… Pouco poderemos fazer e, por isso mesmo, resta aguardar pelos acontecimentos dos próximos dias para vermos o que irá acontecer…

Infelizmente o dia 6 de Dezembro será recordado durante muitos anos pelo povo Angolano como o dia em que um avião da TAAG teve um novo problema mas, também, por ser o dia em que Luanda começou a perder o “seu prédio da Cuca”.

segunda-feira, 21 de março de 2011

4 e 5 de Dezembro - Mubanga Lodge (2º dia)

Acordei com aquela sensação de que tinha dormido dois dias seguidos, tal foi o descanso produzido pelo sono maravilhoso. Fomos direito ao pequeno-almoço e os madrugadores já estavam despachados dessa deliciosa tarefa que é comer :) Ainda tivémos direito aos croissants afamados...

O repórter e o Ludgero tentaram dedicar-se à pesca, com pouco resultado, e depois disso trocaram as canas pelas máquinas fotográficas... Os resultados forem bem superiores...






O resto da manhã foi passado em torno da legislação, apesar dos sucessivos convites para me juntar à piscina. Por fim lá cedi, arrumando o caderno e trocando-o pelo bikini e pela toalha. E eis senão quando vemos chegar outro casal amigo com o filhote que rápido rápido saltou para a água com a ajuda de todos.

Sem termos combinado juntámo-nos todos ali por coincidência, feliz, claro está, e celebrámos com um almoço que ficará para a memória e fez correr muitos emails :) O Nuno, que ia à procura da comida deliciosa que a Andreia tinha comentado, e que nós tinhamos provado no dia anterior, não teve oportunidade de a encontrar porque justo nesse dia o Lodge tinha acedido a um pedido do outro grupo, mas precisamente da aniversariante, para fazer comida típica angolana e o almoço habitual, com serviço empratado e muito individualizado, foi substituído por buffet, pelo que a coisa não correu como desejado...

Já estávamos quase no final da refeição quando começou a cair uma tromba de água daquelas tipicamente tropicais, que fez os empregados e toda a gente andar numa correria desenfreada para proteger os haveres. Aproveitámos para contemplar a paisagem e apreciar, debaixo do enorme Jango onde são servidas as refeições, a vista que se tornava agora diferente, mas igualmente bela!


Deixámos apenas acalmar aquele fúria das águas e na primeira brecha arrumámos as nossas coisinhas e iniciámos a despedida daquele magnífico lugar que nos deixou rendidos e com muita vontade de regressar brevemente.

A todos um grande obrigada, mas sobretudo ao Lu e à Andreia pela prenda magnífica que deram ao repórter na antecipação dos seus 27 aninhos.


Os contactos "do paraíso":

933 207 093
936 117 982
Email: mubangalodge@gmail.com
Morada: Estrada do Kinfangondo - Cabire - Bairro Km 56
Bengo, Angola

domingo, 20 de março de 2011

4 e 5 de Dezembro - Mubanga Lodge (1º dia)

Muitas vezes nos queixamos de que estamos longe da família, da nossa casa, dos nossos amigos, mas não pensamos na sorte que temos em poder aproveitar determinados lugares com determinadas pessoas. Vivemos em busca daquilo que não podemos ter num preciso momento, mas esquecemos por completo de aproveitar da melhor maneira possível, com todas as nossas forças e energia, as oportunidades que vamos tendo.

Estava a ouvir uma música muito especial, que fará parte da banda sonora da minha vida, quando ganhei inspiração para escrever este post.

Ao olhar para trás talvez me aperceba que não aproveitei aquele dia e meio como deveria, nomeadamente porque levava um caderno de legislação cambial para ler para uma reunião de segunda-feira, e hoje arrependo-me. Arrependo-me porque estas oportunidades não ocorrem todos os dias, como as reuniões, no espaço entre as quais podemos ler a legislação, e quando ocorrem o tempo parece escorrer-nos entre os dedos e não o sabemos aproveitar. Espero que uma das coisas que a estadia em Angola me ensine seja isso mesmo, aprender a aproveitar e tirar o melhor partido do tempo e das pessoas, quando apenas isso é necessário.

Ensinamentos à parte, a ida ao Mubanga iniciou-se com expectativa. O Lu e Andreia já lá tinham estado para um almoço de Domingo e falavam maravilhas, como tal aqueles quilómetros que nos separavam do Lodge teimavam em passar. Quando chegámos olhámos em redor e ficámos deslumbrados pelo sossego e pela paisagem. Espero que as imagens vos provoquem efeito semelhante:


Foram-nos de imediato atribuidos os quartos, com vista para a Lagoa. Os quartos, que é como quem diz, as cabanas super românticas que se espalhavam ao redor da Lagoa, umas mais próximas que outras. Confesso que ainda estava pouco esquecida da experiência com animaizinhos rastejantes na Fazenda Cabuta e depois da gerente ter dito com um sorriso “atenção que se encontrarem umas coisinhas pretas não é de ratos ou falta de limpeza, é das osgas que andam por aí”, nem mesmo o magnífico aspecto dos quartos, o revestimento robusto a madeira e a boa tranca da porta me fizeram esquecer as imagens recentes... e não é que, de entre os três quartos que fomos ocupar, nós fomos os únicos com um presente no quarto? Coitadinha, era tão pequenina, bebé, acabada de nascer, que até deu pena matar. Tive um daqueles rasgos de amor-ódio e depois de gritar para o repórter “MATA!” disse de imediato “Oh, mas é tão pequenina!”... os pesadelos a respeito da mãe poder vir procurá-la assombraram-me um bocadinho, mas depois da piscina, de um bom banho, um excelente jantar e do conforto dos lençóis brancos com cheirinho a lavado tal e qual os da mamã, tudo se desvaneceu!

O calor convidava a banhos e depois do repasto fomo-nos estender ao sol e aproveitar a água, quentinha quentinha, que nem apetecia sair... já o sol perdia a força e teimávamos em ficar por ali!

Um rápido olhar para o pôr-do-sol deu-me uma ideia para concretizar umas fotos que queria ter para o casamento, pelo que pedi à Andreia que tentasse executar. Ora bem, imagem que pedem camarão e vos trazem um buffet de marisco? Foi quase isso que aconteceu a seguir à primeira foto, plano daqui, plano dali, beijo e mais beijinho, e não queriamos parar, nem nós nem a fotógrafa :) Mas o buffet não foi só para dois, a seguir à nossa sessão veio a sessão Sérgio e Mara já com as luzes da noite a darem um efeito especial ao preto e branco!

Aproveitando o pôr-do-sol o repórter entreteve-se ainda a captar mais algumas imagens:






O final do dia, logo após o jantar ainda nos traria momentos hilariantes protagonizados por uma das crianças que pertencia ao grupo que também ali estava alojado, a qual simpatizou com o repórter e conduzia todas as brincadeiras com ele!

O dia ia longo longo, e era hora de recolher... que amanhã havia mais... ou não :)

P.S. - Contactos no post seguinte.

quarta-feira, 16 de março de 2011

3 de Dezembro – Bahia convida às sextas, embora convide sempre!

É com muito carinho que escrevo este post, por ser sem dúvida um dos primeiros sítios que mais me marcou positivamente em Luanda, e por ser o meu espaço de eleição.

O Baía é tão diversificado que poderia escrever vários posts com abordagens e tópicos distintos, mas vou ousar misturar tudo e espero que não se torne uma valente confusão.

Fazia uma semana exacta que estava em Angola quando fui a primeira vez ao Baía, aliciada por uma proposta tentadora. O repórter ligou-me quase ao final da tarde com a seguinte questão, para a qual compreenderão, não havia muita hesitação na resposta “O Mike* quer ir para casa jantar e descansar ou quer ir com o Mike comer uma Pizza da Lagosta?” Uhmmm jantar+descansar Vs. Pizza de Lagosta? O descanso que viesse depois, agora, ou melhor, logo, que venha a Pizza de Lagosta.

Não sabia eu que a Pizza Lagosta era a Pizza Baía, assumindo o nome do Restaurante/Bar, e muito menos sabia que aquele viria a ser o meu espaço favorito em Luanda.

Não sabia mas fiquei desde logo com essa intuição. O Baía, aliás, Espaço Baía, conquistou-me à primeira vista pelo ambiente, descontraído mas ao mesmo tempo reservado, pela música ambiente que é no mínimo excelente, repleta de artistas contemporâneos e maioritariamente dos estilos bossa nova e jazz, e pela variedade de snacks. A vista não é magnífica, mas virá um dia a ser, logo que acabem as obras da baía de Luanda. Mas, para ser sincera, nem sequer faz falta, sentimo-nos de tal forma relaxados que nem reparamos no que está para lá da vista.

Desde aí o Baía tem sido o sítio por nós mais vezes visitado, sobre todo e qualquer pretexto. Um snack ao Domingo, um copo no final da semana para descontrair, um jantar intimista, sobre a verdadeira luz de velas e as ventoínhas que marcam os anos, qualquer motivo é bom para passar por ali.

Mais recentemente descobri que a dona do espaço é irmã do conhecido cantor brasileiro D’javan, que tantas vezes ouvi nas noites ali passadas. Talvez assim se explique o bom gosto musical nos temas escolhidos e que nos acompanham as refeições ou simplesmente as conversas ao sabor de um gin tónico.

A fidelidade é tanta que mesmo com a distância que agora me separa da cidade, as sextas são-lhe quase sempre reservadas! Até porque, é quando ele nos oferece uma das coisas que tem de melhor, a música ao vivo!
É, sem sombra de dúvida, o Espaço a não perder, de tal forma que seria capaz de desejar transpor uma versão igual para a Lisboa que me viu nascer...

*Mike – termo utilizado por nós que um dia, oportunamente explicaremos.

terça-feira, 15 de março de 2011

27 de Novembro – Shangai Baía, um dia destes damos-lhe uma segunda oportunidade

Eu, co-reporter, já conhecia o Shangai Baía antes mesmo de vir para Angola. Posso até acrescentar, já conhecia o Shangai Baía antes mesmo do repórter saber que ele existia, sendo que ele já cá estava há uns meses...

Foi graças a um documentário que o repórter publicou no blog, sobre a comunidade chinesa em Angola, feito pela Mariana Van Zeller e pela Vangard Journalism, que descobri a existência do Shangai. Se não estou em erro, o nome do restaurante até nem era mencionado, mas depois de alguma investigação descobri que se tratava do Shangai. Um dos atractivos do mesmo, para além da localização, na Ilha, junto ao Cais de 4, de frente para a Baía de Luanda, são as salas de Karaoke que proporcionam uma espécie de espectáculo VIP, permitindo aos que como eu não têm voz afinada, esconder entre quatro paredes as figuras enquanto cantam ou tentam trautear uma letra que passe na pequenita TV.

Ora bem, ainda não tinha data marcada para vir para Angola e desde então tinha ficado prometida uma ida ao Shangai Baía entre amigos, com gargantas afinadas, claro está!

Contudo, essa ida, apesar das mil e uma tentativas e lembretes por mim conduzidos, não se concretizou e um belo Domingo, daqueles em que acordamos tão tarde que o pequeno-almoço parece um almoço ligeiramente adiantado, lá fomos experimentar!

Tinha caído uma chuvada imensa, daquelas que só vi uma vez ou duas na vida, até vir para Angola. Certo é que desde que cá estou já multipliquei por, pelo menos 5, este número de observações! A chuva tinha sido tanta que algumas ruas estavam cortadas, ou intransitáveis devido aos estragos nas mesmas, às cascatas imensas que se formaram, ao derrube de inúmeras coisas, o que fazia com que o nosso propósito, ir tomar um simples snack, não fosse possível. A generalidade dos restaurantes que o permitiriam estavam fechados. Depois de muitas voltas e já quase a voltar para casa, onde nos esperaria uma qualquer lata de salsichas para abrir e uns ovos para estrelar, levantei a hipótese: E se fôssemos finalmente experimentar o Shangai? O repórter não estava muito para aí virado, mas depois de tantas tentativas goradas, lá estacionámos o Jimny.

A primeira impressão em si foi logo negativa. A animação que tinha sido transmitida na reportagem obviamente que não existia, no espaço existente separado das salas de Karaoke éramos os únicos clientes, e a chuva que se tinha abatido sobre Luanda faziam com que a esplanada, onde nos queriamos sentar para aproveitar os raios de sol que já espreitavam, parecesse um lugar abandonado e com vestígios de destruição. O interior não se apresentava diferente, no que respeita obviamente ao abandonado. Mas pronto... vamos lá experimentar a comida... Pedimos os habituais crepes e porco doce, um dos pratos preferidos que temos em comum. Bom... salvou-se a rapidez com que nos trouxeram os pedidos e o ruído de fundo de uma das salas de Karaoke mais próximas, que nos permitiam escutar de quando em quando a alegria inerente às performances que se iam apresentando.

permitiam escutar de quando em quando a alegria inerente às performances que se iam apresentando.
A comida não era nada de mais, para dizer a verdade, assim que experimentei senti saudades do meu chinês preferido na rua dos Bacalhoeiros. E o repórter ainda me conseguiu dar aquela que considero a pior notícia: O Karaoke era só composto por temas em chinês! Oh pá, é que a comida até podia ser má, porque restaurantes chineses há mais, mas salas de karaoke para grupos onde é que vou encontrar?

Como ainda não estou absolutamente convencida da veracidade desta informação, pois receio que tenha sido uma estratégia do repórter para não concretizar a promessa de um dia ocuparmos uma daquelas salinhas, e porque as condicionantes eram muitas para fazer com que a primeira experiência não tenha sido positiv, ainda vamos dar uma segunda oportunidade e voltar ao Shangai, quem sabe numa noite destas, para aproveitar a vista...


Para os interessados:
Localização: Shangai Baía, Ilha do Cabo, perto do Cais de 4, do lado direito, mesmo ao final do parque de estacionamento. O espaço está divido em dois, do lado direito o Bay Art, e do esquerdo o Shangai Baía.
tel: +244 222 309 198
+244 923 788 188
+244 924 296 66

domingo, 13 de março de 2011

26 de Novembro – Uma visita a uma “loja de telemóveis"

O título do post é, evidentemente, provocatório… Mas no bom sentido…

Nos últimos dias vimos nascer, praticamente à porta de casa, uma banca que tem como principal actividade os arranjos a telemóveis.

Pois bem… Aproveitando o facto do guarda da nossa casa estar junto aos “donos da loja” lá fui eu, repórter, de máquina em punho para recolher umas fotografias…

Depois de dois dedos de conversa aí estava a autorização para tirar fotografias… Não só “dos profissionais” propriamente ditos, como também da tia de um vizinha que ia a passar no momento…

Para a posteridade…







25 de Novembro – Exposição Pintura "Vidas na banda"

Tal como tenho escrito “Angola está a mudar”…

E aqui está mais uma prova…

Alguns meses depois de divulgar a sua paixão e trabalho por e em Angola, é com um prazer especial que divulgo a exposição de Pintura que o Artista Plástico Miguel Barros fará em Luanda.

A inauguração da exposição será no dia 25 de Novembro e realizar-se-à na Galeria de Arte Celamar, na Rua Mortala Mohamed. De forma a ser mais preciso a Galeria localiza-se entre o Jango Veleiro e o restaurante chinês.


(Nota: O atraso na actualização do Blog torna este texto “rídiculo” contudo, uma vez que já estava escrito e que divulga o trabalho de um artista que admiramos, entendemos que deveríamos manter o texto tal como foi escrito originalmente)



22 de Novembro – Divulgação: Cultura Africana Contemporânea

Angola está a mudar…

Envolvido no espírito da 2ª Trienal de Luanda apresento um site, relativamente recente, que divulga a Cultura Contemporanea Africana…

Este vai directo para os links do Terra Avermelhada para que todos possamos acompanhar a evolução do site e da Cultura neste nobre continente.

Votos de muito sucesso aos autores.

sábado, 12 de março de 2011

17 de Novembro – Chuva forte em Luanda

Todos nós já ouvimos falar de chuvas tropicais e aqui no blog, já publiquei as imagens da inundação que tive no quarto onde habitava…

Mas, mesmo assim, é algo que é díficil de compreender para quem “não as vive”.

Por isso aproveito o facto de terem existido estas para explicar que, a mehor forma que tenho de definir uma chuva tropical, é dizendo que é uma chuva intensa, normalmente de curta duração, mas de muita intensidade.

Aliado a isso, e reccorendo ao meu imaginário, diria ainda que para além da pluviosidade existe também muita humidade, porque estas chuvas só ocorrem em locais onde a temperatura é muito elevada…

Por cá, confesso, já “vi” o conceito de chuva tropical mas nos últimos meses tenho sentido que as chuvas se têm assemelhado mais ao que costumamos viver em Portugal… Uma chuva, com maior ou menor intensidade, mas cuja duração é longa…

Mas… Não fugindo ao título do post, aqui fica um filme recolhido pelos amigos Sérgio e Filipe e, concordarão, retracta muito bem, a violência e intensidade da chuva…

quarta-feira, 9 de março de 2011

13 e 14 de Novembro – Fazenda Cabuta (2º dia)

O dia começou bem cedinho, não só por causa dos detalhes da noite anterior e dos habitantes adicionais do nosso quarto, como também pelo facto dos senhores que estão a construir mais quartos e apartamentos serem chineses e terem começado a fazer blocos de cimento logo às 8 em ponto!

Tomámos o pequeno-almoço com um grupo de viajantes que andavam a fazer um rally tour por Angola, sendo aquela uma das paragens, e seguimos para a visita oficial à fazenda acompanhados de um dos trabalhadores locais.

Passámos pelas roças de café e apercebemo-nos da real dimensão da fazenda. O nosso guia levou-nos ao miradouro do qual se tem uma vista magnífica do vale do Kwanza, permitindo óptimos registos fotográficos. Visitámos ainda a casa do dono da Fazenda e as fábricas do Óleo de Palma e de sabão. A fábrica de sabão está completamente abandonada, mas no que respeita ao Óleo de Palma, foi construída uma nova que se encontra em produção.












O guia deixou-nos estar bastante tempo à vontade e pudémos recolher imensas fotografias e conversar com algumas das pessoas que passavam, nomeadamente um grupo de 3 crianças que consertavam os travões da sua bicicleta.








As horas avançavam, era tempo de nos fazermos à estrada, e tínhamos desde logo uma missão, encontrar um posto de venda de combustível nos próximos 100kms. Sabíamos que essa missão seria difícil, mas mais ainda, sabíamos que tinha que ser executada em Calulo.

Antes de chegar à vila, e no percurso em picada, encontrámos uma senhora pelo caminho a pedir boleia. Transportava uma quantidade enorme de lenha e trazia consigo um bebé de colo. Imaginamos o tempo que demoraria a chegar se tivesse feito o trajecto a pé... Segurámos no bebé durante o percurso e ao devolvê-lo à mãe tive a felicidade de ser presenteada com um sorriso magnífico que deu origem a este momento registado de forma formidável pelo Lu

Autoria da Fotografia: Ludgero e Andreia

Encher o depósito não foi difícil, apesar de ambas as bombas estarem fechadas. Mas, postos de combustível diferentes dos “tradicionais”, não eram escassos :)



Autoria das Fotografias: Ludgero e Andreia

Percorremos novamente o mesmo caminho e propus uma paragem em Cambambe para almoçar. Infelizmente o restaurante da Pousada já estava a fechar, mas indicaram-nos outra possibilidade muito próxima onde muitos turistas iam, a Ti Libina. Antes mesmo de nos dirigirmos aproveitámos para ver a paisagem envolvente, com o Kwanza mesmo por baixo de nós.




Autoria das Fotografias: Ludgero e Andreia

Aquilo que julgávamos ser um restaurante não era mais do que a casa da Ti Libina, o terraço onde tem o grelhador e uma bela de arca frigorífica abastecida de refrigerantes e Ekas, e um jango. Quando perguntámos ser ainda serviam almoços, responderam de imediato que sim, mas só churrasco, que era o que estavam a preparar para a família. Entreolhámo-nos e dissémos que sim, sendo gentilmente conduzidos ao Jango.

Aqueles momentos que ali passámos no jango da ti Libina foram um regresso ao passado, com recordações do tempo de infância, motivadas pelas garrafas em que nos trouxeram as bebidas. O frango estava óptimo, acompanhado de salada de tomate ali cultivado e batatinhas acabadinhas de fritar. Que gosto é comer batatas fritas sem serem congeladas! Algo cada vez mais raro.




Depois do repasto e com o estômago reconfortado seguimos caminho em direcção a Luanda, com a aproximação do final de um fim-de-semana que parecia ter sido muito mais longo do que na realidade foi. A verdade é que os momentos vividos em boa companhia, as conversas com as pessoas que fomos encontrando, as paisagens que tivémos oportunidade de ver e registar, fizeram daquele fim-de-semana pequenino, um grande fim-de-semana!

PS: Para quem estiver interessado, e porque foi difícil para nós encontrar os contactos de ambos os locais, aqui ficam:

Pousada de Cambambe: Telefone fixo 235 205 007 / Telemóvel 913 533 680
Fazenda Cabuta – Telemóvel 917 910 000 / 919 977 004

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