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sábado, 6 de fevereiro de 2010

9 de Janeiro – A chegada

Esta foi uma viagem diferente e, consequentemente, foi uma chegada diferente.

Diferente porque a carga emotiva desta chegada era inferior (afinal de contas já não estava a chegar a um local onde nunca tinha estado nem ia ter com pessoas que não conhecia) mas também, e principalmente, porque agora tudo estava novo à minha chegada.

É verdade… As coisas que o futebol faz. Angola é o organizador do CAN 2010 (Campeonato Africano de Futebol) e, por isso mesmo, para além dos 4 estádios necessários para a realização do torneio, muitas infra-estruturas foram construídas e/ou reabilitadas.

Neste caso falo do aeroporto. À chegada, eu e os meus colegas, nem queríamos acreditar. Estávamos num aeroporto actual e moderno (por oposição ao antigo e desconfortável). Tudo era novo, não só o aspecto mas também a configuração. Tudo estava muito mais organizado e pensado para a prestação de um melhor serviço.

A afluência era grande, afinal de contas era por estes dias que todos os expatriados estavam a entrar no país mas, mesmo assim, a eficácia era claramente superior à minha primeira chegada.

Desta vez fui atendido por uma senhora muito simpática e atenciosa. Não me foi “solicitado nenhum café” e tudo foi normal…

Na zona seguinte, dos tapetes, tudo era também novo… Acabamentos modernos e, acima de tudo, maior funcionalidade. Uma grande surpresa…

Saíndo do edifício também toda a zona das “chegadas” estava renovada e modernizada. Com um parque de estacionamento condigno e bem arranjado. Bem sei que, quando cheguei, se estavam a iniciar as obras no aeroporto e, por isso mesmo, toda a zona estava mais confusa e desorganizada do que era habitualmente mas, as melhorias são claríssimas.

À espera tínhamos 2 motoristas da empresa porque pensavam que iriam chegar 8 ou 9 pessoas. Afinal, em vez de 8 ou 9 eramos apenas 3. O Sr. Domingos, o mesmo condutor que me foi buscar da primeira vez, veio então deixar-me em casa. No caminho para casa percebi então que a senhora que trata da casa só começava a trabalhar na segunda-feira (sendo dia 9 o sábado anterior). Percebi logo que não teria muitas opções para as 3 refeições do dia seguinte. Chegado a casa, uma vez que por sorte me tinham alertado para pedir as chaves de um dos colegas, entrei na “parte comum” com essa chave. Eu tinha-me ido embora antes e, como na véspera da viagem para Portugal seria necessário utilizarem o meu quarto, tinha deixado a minha chave. Esperava eu que a chave estivesse, na tal zona comum, para que eu pudesse ir para o meu quarto.

Afinal não… Entrei em casa e nada… nada é mesmo nada… Nem comida, nem chave do quarto, nem televisão (apesar de termos 2 serviços de televisão por cabo), nem internet, nem nada… Procurei então a chave de um dos outros quartos do anexo (são 3 no total) e, felizmente, encontrei as chaves do quarto que não tinha residente fixo.

Hoje riu-me da situação mas naquele momento não achei nada agradável… São precisamente os momentos iniciais , aqueles que se seguem à vinda de casa, do conforto e da companhia de amigos e familiares, que custam mais e, nessa altura, estava completamente isolado, afastado e, ainda por cima, sozinho… É verdade…. Para além dos 2 colegas que fizeram a viagem comigo (que iam para o estaleiro central em Viana), eu era o primeiro a chegar…. Pois… Para além de tudo o que faltava em casa, eu era também o elemento com menos mobilidade… Porque ainda não tinha carro mas também, porque era a pessoa que pior conhecia a cidade….

Nesse dia, cansado, descansei umas boas horas. Precisava de dormir para me recompor do cansaço da viagem, mas também, para acalmar a “raiva” de, para além do computador, não ter outra forma de me distrair.

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