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sábado, 26 de setembro de 2009

25 de Agosto – O segundo dia de trabalho

O segundo dia de trabalho, creio que em todas as profissões em todos os lugares do mundo, não varia muito. É uma fase muito inicial em que as pessoas tentam perceber os cantos à casa e tentam ir-se adaptando…

Do meu segundo dia ficam apenas algumas recordações:

i) De manhã, já com a placa de internet móvel activa a constatei que o meu computador (um dos modelos mais recentes da HP – haverá quem diga “ache pê”, sabe-se lá porquê…) não tinha porta para aquele tipo de placas. Teria que ser USB mas, após o contacto com a operadora, recebi indicação que não existiam. Teria que ser de outra operadora e todos sabiam que não se sabia quando estaria disponível… A saga da busca da internet estava a revelava-se complicada…

ii) À tarde, em conversa com o Ludgero para combinar a passagem na minha casa para “me dar as boas vindas” pessoalmente e, também, para ficar a saber onde estava alojado, coloquei-lhe a questão sobre o guarda. O relato do que vi e que, para mim, é desumano… Do Ludgero, uma pessoa sensível, compreensiva e sensata uma resposta simples “aqui há coisas que não se percebem muito bem, temos que deixar os sentimentos um bocado de lado senão é muito complicado”. Percebi a mensagem e, por mais que discorde, esta é a realidade que se vivia quando cá cheguei… Portanto…

iii) Algo que nunca vi nem pensava que ainda existisse… Numa sala de reuniões da empresa, ao lado do meu local de trabalho, estava a ser contado o dinheiro para pagar aos funcionários desta província (no dia seguinte a actividade continuou, eu é que já estava mais familiarizado). Bem sei que os ordenados são baixos, que a moeda vale pouco e que, por isso mesmo, são necessárias muitas notas mas a situação, confesso, deixou-me um pouco nervoso porque, com o historial de crimes receei que pudesse entrar alguém armado para levar o dinheiro… Tudo se passou sem sobressaltos…

À noite com a placa de internet já activada tentei utilizá-la no computador antigo que estava em casa. Desinstalei imenso software que tornava o computador extremamente lento e instalei a placa. Quando faltavam poucos segundos para a conclusão da instalação o Ludgero ligou porque estava à porta de casa para “um abraço de boas vindas”.

Foi uma sensação muito especial… Estar tão longe “do habitat natural”, com um amigo, com quem há quase 3 anos não falava pessoalmente. Mais uma vez ele aproveitou para me dar dicas importantes sobre atitudes e comportamentos a ter nas ruas e eu, mais uma vez, tentei absorver ao máximo…

Regressado a casa verifico que o ecrã do computador perdeu o brilho. Depois de imenso tempo a tentar restabelecer a situação para poder falar calma e tranquilamente com a Patrícia, vem o desalento… O ecrã tinha, de facto, perdido o brilho mas era definitivo. O seu período de vida útil já tinha sido atingido. Naquele dia… Quando eu precisava de o utilizar (já tinha todas as condições reunidas para me conseguir ligar è net) para matar saudades e conversar livremente durante algum tempo…

As conversas tinham que se reduzir a breves minutos…

1 comentário:

O Expatriado disse...

Estes primeiros posts relatando os 3 primeiros dias, estão deliciosos. Esta noite, em que conheci este Blog, vai ser comprida pois pretendo ler o resto ... isto promete :-)

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