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sábado, 5 de maio de 2012

01.Abr.11 – Laurent Filipe no Miami Beach


A vida cultural em Angola é tão subitamente intensa quanto escassa, e a semana à qual agora nos referimos está no primeiro dos pólos opostos acima mencionados.

É sempre com alguma excitação que recebemos a notícia da vinda de artistas internacionais a Luanda, e há medida que a semana ia passando, davamo-nos conta que os próximos dias iam ser muito cheios... 
chegámos a brincar com a situação e dizer “mas resolveram fazer um pack e trazê-los todos juntos?”

Quem cá vive percebe o que estamos a tentar transmitir, mas na verdade de Sexta a Domingo Luanda não ia parar (e Benguela também não), sendo que o cartaz cultural versava assim:
Sexta-feira: Laurent Filipe, Miami Beach Club
Sábado: Maria Rita no Cine-Atlântico
Sexta, Sábado e Domingo:  Carlos do Carmo na Casa 70. Já se antecipava a saudade do Fado misturado com o calor do Semba

Como a carteira tem fundo à vista, e o fundo em Luanda é bem visível, fizémos escolhas, Laurent Filipe e Maria Rita. Achámos insano pagar mais do que um salário mínimo local para ver o nosso querido Carlos, embora as imagens que vimos posteriormente quase nos tenham enchido os olhos de lágrimas.

E na Sexta lá cumpri o prometido, saindo a horas mais ou menos decentes, já que apesar de termos mesa reservada, a confiança do repórter não era a maior, tendo passado o dia a antecipar a não existência de qualquer reserva no meu nome. Mas o Wilson não falhou e os dois lugares estavam mesmo à nossa espera, na primeira linha, junto ao palco. 

Para os que não são familiares do Miami Beach, é um espaço de referência em Luanda, na ilha. Muitos dirão que já o foi mais, o certo é que as memórias dos reveillons ali passados já percorreram o mundo e não há lugar que mais tenha ajudado a promover o jazz como este.

Não sabemos se foi ao sabor de um gin tónico que ouvimos o Laurent e a sua banda, ou se foi a ouvi-lo que saboreámos o gin e a refeição de marisco, mas sabemos que a noite passou depressa e em ambiente de grande intimidade, o que sempre acontece quando estamos a disfrutar.

O Laurent partia no dia seguinte para Benguela, para actuar no festival de jazz, e nós partimos até casa, ainda embalados pelo som vibrante da sua música, enquanto nos transportamos até à próxima experiência de sons e sentidos.

Até amanhã, com encontro marcado no Cine-Atlântico.

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