Um pequeno parêntesis...
Antes de escrever este post tive
oportunidade de recuar cerca de 15 meses no tempo e retomar o post escrito pelo
repórter por ocasião da sua primeira visita a Benguela. Para além de uma série
de coisas que já mudaram desde a primeira deslocação, nomeadamente a existência
de novos postos de abastecimento de combustível que, embora muitos possam não
entender a razão desta referência, fazem toda a diferença no percurso, recordo
aqui algumas frases escritas então:
“Um local a regressar mas, da próxima
vez, com a minha metade.”
“Pela segunda noite consecutiva tenho o
prazer de estar sentado num cómodo cadeirão de verga com o som das ondas a
embalar o registo de mais um dia de experiências…
Falta aqui apenas a minha metade para
ficarmos tranquilos a ouvir este barulho de fundo e bebermos um chá relaxante.”
E após 15 meses as duas metades
regressaram, depois de muitos encontros e desencontros, tentativas, algumas
batalhas, regressaram juntas. Não bebemos nenhum chá relaxante, apesar de haver
uma oferta imensa no quarto em que ficámos, mas bebemos muitas Cucas e Gins
tónicos, que para o efeito também serve, e muito bem!
E agora, o post propriamente dito...
A viagem tinha sido marcada ainda eu,
co-reporter, me encontrava em Portugal, a aguardar indicações para voltar a
rumar à terra avermelhada. O feriado do 4 de Fevereiro vinha mesmo mesmo a
calhar para aquela viagem que já desejava fazer há algum tempo, depois dos
relatos da viagem feita cerca de 14 meses antes pelo repórter, com os mesmos
companheiros de viagem.
Para além de permitir conhecer as
maravilhosas praias de Benguela, a restinga do Lobito, e o afamado Términus, a
viagem ia permitir também fazer a rodagem ao novo bólide, que tinha acabado de
chegar à família!
Depois de distribuídas as responsabilidades
para a compra da merenda a disfrutar no caminho e definida a hora de partida,
lá arrancámos, perto das 5 da manhã de Luanda Sul.
Estreei-me por fim na condução fora de
Luanda e, aqui entre nós, não me saí mal :)
Primeira paragem – Porto Amboim, para
abastecer a viatura e tentar encontrar quem me servisse uma meia-de-leite, para
conseguir seguir caminho em perfeita sanidade mental. Por ocasião doutro post
já tive oportunidade de escrever que a meia-de-leite e o pãozinho fazem parte
do meu ritual diário e se há pessoas que não conseguem começar realmente o dia
sem um café ou um cigarro, o mesmo se aplica a mim com a meia-de-leite. Posso
viajar para locais com sumos naturais, batidos ou águas de frutas maravilhosos,
que o pequeno-almoço nunca está desprovido daquela chávena desejada! Tanto é
que os companheiros de viagem já não podiam ouvir os meus queixumes e diziam
que o melhor seria esperar para chegar ao Términus, facto a que me comecei a
resignar pois naquela paragem não tive sorte.
A viagem seguiu em amena cavaqueira e
com algumas paragens em pontos paisagísticos estratégicos, para a habitual
reportagem fotográfica. A paisagem altera-se ao longo do caminho e isso é bem
visível em vários aspectos. Passámos o que o Ludgero apelida de Grand Canyon angolano
e lá nos fomos acercando do destino final – a restinga do Lobito.
À chegada confesso que tinha alguma
curiosidade a respeito do Términus. Apesar do estado cuidado, é perceptível o
largo número de anos com que conta e a época a que pertence. De tal forma foi
mantido o aspecto original que parece que somos transportados no tempo para,
pelo menos, uns 40 anos atrás. Mesmo antigo, e talvez reconhecendo que
necessitasse de uma remodelação grande, não desilude, sobretudo porque nos
calhou em sorte (bom, não foi bem em sorte, foi pedirmos muito na recepção,
depois da Andreia já ter reforçado o pedido por telefone e email) quartos com
vista para o mar, no primeiro piso.
As redes mosquiteiras sempre fizeram
parte do meu imaginário. Sempre as associei a romantismo, e nunca a mosquitos J pela primeira vez iria concretizar o pequenino sonho de
dormir dentro de uma!
Depois de nos instalarmos lá fomos para
aquela parte que melhor sabemos fazer, comer J e o
sítio era tão apetecível que ainda abria mais o apetite, na esplanada do hotel,
em plena praia, com o mar como testemunha! Não sei se foi do preguinho, que
estava óptimo, da cervejinha, da falta da meia-de-leite ou do cansaço da
viagem, mas bateu aquela moleza que nos força a ter os olhos fechados e não
conseguir ouvir nada para além da caminha a chamar por nós...
E enquanto os nossos 5 companheiros de
viagem lá ficaram a disfrutar do solinho, nós fomos disfrutar de um belo
soninho entre a rede mosquiteira J até que
era hora de levantar e ir tomar um gin de fim de tarde antes de partirmos para
um jantar que nunca pensámos acabar de forma tãaaaao animada!
O Fernando, um colega, amigo, conhecido
de alguns dos presentes, convidou-nos para um jantar na sua casa lá no Lobito,
e a verdade é que só ele sozinho já enche e anima uma casa com o seu humor e
peripécias. Depois de nos servir um belo repasto que, QUASE todos ajudámos a
preparar J a Andreia sugeriu
que jogássemos ao “Gesto é tudo”, jogo que já tinha suscitado outras noites de
galhofa. As equipas foram divididas, meninas para um lado, meninos para o
outro! E zás, primeira ronda e já levávamos uns 10 a zero à equipa adversária!
No mínimo looool a noite continuou assim e apesar das muitas tentativas que se
seguiram por parte da equipa masculina, não conseguiram nem sequer equilibrar a
vantagem que levávamos, mas o melhor, o melhor foi mesmo as horas de riso e
diversão que nos deram, pelo menos, mais uns bons meses de vida!
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