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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

27 de Junho – Não sendo terra avermelhada merece uma referência

Com apenas 3 horas de sono rumámos do Sá Carneiro para Ibiza, com uma escala de cerca de 4 horas na capital espanhola, que nos permitiu passar breves momentos com um grande amigo.

Apesar de ser por pouco tempo, aquelas horitas com o Checho permitiram atenuar um pouco a distância a que estamos sujeitos e colocar a conversa em dia. Ao mesmo tempo usufruir de um passeio pelo casco viejo e comer um dos prazeres gastronómicos do país vizinho, churros com chocolate quente no San Ginés!!

Ainda tivemos tempo para um encontro imediato de 3º grau com um homem aranha no mínimo peculiar, como a foto pode comprovar:





 Surpresa das surpresas, depois de nos sujeitar a um conjunto de figuras tristes que passaram pela imitação do homem aranha, de um qualquer personagem forte, ou de uma aparência sexy, para as delicias dos presentes na Plaza Mayor, sempre com as solicitações em Castelhano, finaliza com um “para portugeses portaram-se muito bem!” Risota geral entre os 4 intervenientes e regresso ao aeroporto com boa disposição e mais uma história no bolso.

Pouco tempo depois aterrámos perto de Eivissa, nome da capital de Ibiza, que corresponde ao nome da ilha em Catalão.

O primeiro contacto com a ilha não é agradável, pois o percurso até à capital é ladeado de outdoors gigantescos a anunciar as festas semanais nas muitas discotecas existentes, todas com um Dj de renome residente, para além do desarranjo urbanístico e arquitectónico patente desde o aeroporto até Eivissa.

Contudo, depois de almoçarmos num dos muitos restaurantes da marina e assistirmos ao jogo Inglaterra-Alemanha, partimos em direcção ao nosso hotel com muita expectativa. E a mesma não ficou gorada. Graças ao facto de termos escolhido um hotel diferente, no norte da ilha, afastado do rebuliço da capital, pudemos descobrir afinal uma ilha totalmente diferente da imaginada em Portugal, fruto da publicidade e marketing unicamente orientados em torno da noite Ibicense.

Ibiza é uma ilha de contrastes e se nos afastarmos da capital encontramos lugares lindíssimos como praias desertas, aldeias que não são mais do que pequenos aglomerados de casas brancas no meio de uma paisagem verde e agreste onde reina o sossego, restaurantes maravilhosos em plena praia ou simplesmente no meio de um qualquer lugar esquecido da ilha. A água das praias é azul e cristalina, fazendo evocar as Caraíbas. Em algumas delas, o azul do mar só é interrompido por um ou outro iate ancorado.

Esta é talvez a nossa preferida, onde tencionávamos ficar uma hora e acabámos por ficar toda a manhã:




Depois de recolhermos vários registos fotográficos em todos os planos que conseguíamos, e de aproveitar a tranquilidade tão diferente de outras praias da ilha, rumámos mais a sul para disfrutar o prato típico, o Fideo no Es Torrent, que recomendamos vivamente. O Fideo é uma espécie de paelha mas com massa. Pode-se comer a tradicional, com carne, ou as variantes apenas com peixe ou marisco. Para começar optámos pela tradicional, depois logo provaríamos as demais…

Passados 4 dias em Ibiza apanhámos o barco para Formentera. Ao desembarcarmos no pequeno porto depressa percebemos que se tratava de um local completamente diferente da ilha vizinha, onde a natureza ditava as regras e os carros eram na genaralidade substituídos por scooters e bicicletas, como forma essencial de preservação, entre outros detalhes notórios.


Ao chegar ao hotel tratámos de imediato de assegurar o nosso meio de transporte e, a sorrir para nós, estava uma Vespa vermelhinha com capacetes de estilo condizente. Quando a rapariga nos pergunta “querem os capacetes que aí estão ou os homolgados para 125 cc?” Resposta imediata e em uníssono “os que aqui estão!”


Se Ibiza nos surpreendeu, a sensação depois de estarmos em Formentera é “deveríamos ter invertido o número de dias a passar em cada ilha” e a expressão muitas vezes escrita em guias e roteiros turísticos caracterizando esta ilha como o último paraíso do Mediterrâneo, ganha todo o seu sentido. Existe uma ruralidade misturada com humanismo e respeito pelas gentes e pela natureza, que é indescrítivel. Há lugares rodeados de misticismo, como o Cap de Barbaria onde o pôr-do-sol nos transporta para outra dimensão, ou o Farol de la Mola, que Julio Verne caracterizou como o local do fim ou do começo do mundo. As praias fazem depressa esquecer as de Ibiza, não só pelo profundo azul, como pela areia branca e fina e pela reduzida concentração de turistas, que nos permitem usufruir de puros momentos de descanso… o paraíso!



Para além das praias de areia fina existem as de rocha, normalmente com pequenos portos de pesca. Os cais mantêm a forma original, aprendida há muitos e muitos anos atrás, com pequenas traves de madeira onde os homens do mar fazem arrastar os barcos até pequenas barraquinhas de madeira, criando um cenário perfeito para uns quantos disparos fotográficos.

O mais idílico é o porto da aldeia de Es Caló, que forma uma pequena praia, onde se podem tomar uns mergulhos refrescantes para abrir o apetite enquanto se aguarda que a parrilhada de peixe chegue à mesa.




O pior… o pior é regressar. Ao entregarmos a nossa Vespita já sentimos aquele aperto de despedida e ao dirigirmo-nos de novo ao porto de chegada, que agora se transformava no de partida, fomos dominados pela sensação de “porque é que não podemos ficar?”…

Enfim… como diziam uns amigos… não há bem que sempre dure… mas este é sem dúvida um “bem” onde queremos regressar!

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