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sábado, 25 de agosto de 2012

03.Ago.11 – O regresso ao local de chegada…


É verdade…

Quase dois anos depois, concretamente 700 dias depois da minha chegada a Angola, regressei ao local que me recebeu.

Estava de novo naquele local que outrora descrevi assim:
“Tudo para mim era novo…

O cenário correspondia, na perfeição, a todas as descrições feitas ainda em Portugal. “Imensos assaltos”, “pobreza”, “insegurança” “desorganização”,“desrespeito”, “anarquia”, entre outras. “


Agora, evidentemente, o sentimento era diferente. Passados dois anos tinha já passado em locais igualmente degradados e consigo agora perceber que se trata de degradação e não de marginalidade.

Em Portugal os bairros mais degradados estão também associados a violência e marginalidade mas na Terra Avermelhada, como compreenderão, essa correlação não ocorre.

Mas… Porque é que só voltei ao aeroporto dois anos depois? Porque quando cheguei o Aeroporto Internacional estava em obras, porque em Janeiro de 2010 se realizou o CAN, e os voos Internacionais eram recebidos no terminal Interno.

E estou agora de regresso para comprar os bilhetes para a nossa primeira viagem interna de avião em Angola. Vamos a Cabinda!

Cabinda que é a única província que está separada de todo o restante território Angolano. Conta-se que a separação física se deve a uma cedência de território entre “Angola” e o Congo para que este último país tivesse um acesso directo ao mar e um Porto Marítimo.

Confesso que estamos ansiosos porque Cabinda é uma das províncias mais “famosas” de Angola. Para quem não sabe é a provincia em que existe mais extracção de petróleo e, como tal, é um local que queremos conhecer.

Claro que a compra dos bilhetes não foi um episódio sem histórias mas isso é já normal para quem está em Angola há 700 dias ;)

sábado, 18 de agosto de 2012

29.Jul.2011 - Acontece quando menos esperamos

Feliz ou infelizmente, a vida não se preenche só com coisas boas. 

Felizmente porque as coisas más que nos acontecem nos colocam alerta e despertos para que não ocorram novamente, e também porque nos fazem aprender. Neste caso específico que vos contarei, felizmente também porque nos permite dar valor à nossa vida.

Infelizmente porque sofremos e se não tivermos o discernimento e força necessária, podemos ir abaixo e a recuperação ao dia-a-dia torna-se difícil.

Em Luanda, em Angola, nada é diferente. É certo que o blog raramente tem notícias más, apenas pequenos apontamentos de alguns desastres que ocorrem na nossa vida diária. Mas talvez isso tenha ocorrido até então porque somos sortudos, não porque tenhamos pretendido camuflar o que quer que seja. 

Sendo o objectivo desde blog reflectir a realidade das nossas vidas em Luanda e em Angola, não poderíamos obviar o acontecimento desta data. Não porque seja algo que acontece todos os dias, mas porque é algo que simplesmente acontece. Com mais frequência ainda se não tivermos os cuidados necessários.

No dia 29 de Julho de 2011, uma sexta-feira à noite, eu e o repórter seguimos programas diferentes. Ele iria a um jantar da empresa, por ocasião da despedida de um colega que regressaria a Portugal. Eu iria jantar com uma amiga à ilha. 

O repórter liga-me a determinado momento, deveriam ser umas 23h00, a dizer que estava cansado e já estava a chegar a casa. Como eu não tinha chave do portão, queria saber se eu ia demorar para informar ao guarda quanto tempo demoraria e para lhe dizer para permanecer acordado e atento até eu chegar.

Eu disse-lhe que pelo menos mais uma hora estaria e que não deveria chegar muito depois das 00h30. 

De volta à ilha e ao Chill Out, depois de muitas gargalhadas a propósito da minha soneira que não me deixava parar de bocejar, eram umas 23h45 e fomos a caminho de casa. Primeiro fiz um desvio pelo Vila Alice para deixar a minha amiga e segui depois em direcção a casa.

À hora que era não havia praticamente carros na cidade, como é natural, e por falta de experiência nem reparei se vinham carros e motas atrás de mim. Era praticamente a primeira vez que andava àquela hora sozinha em Luanda.

Ao chegar à porta de casa cometo o primeiro erro e outros sucessivos. A rua vazia, os guardas já todos recolhidos dentro das respectivas casas e eu saio depois de estacionar e começo a bater devagarinho no portão para não despertar o guarda subitamente. Não me recordo ao certo de quantos minutos ali estive a bater com os nós dos dedos, talvez 5, mas à data de hoje reconheço que aquele bater de dedos não acordaria ninguém.

De repente oiço alguém fazer um pssssttt e viro o olhar para a minha esquerda. Apesar da rua ser suficientemente iluminada, a existência de uma carrinha daquelas de caixa, parada ao meu lado, dificultava a visibilidade. Pensei que fosse um guarda das outras casas que me tivesse ouvido chegar e na minha ingenuidade disse boa noite.

Ele dá dois passos na minha direcção e eis que, ao mesmo tempo que vejo a arma automática apontada algures na direcção da minha cabeça oiço um "passa a mala" bastante nervoso. 

A partir daquele momento a memória é vaga e só depois de revive-lo umas quantas vezes é que consegui reconstituir o que aconteceu.

Toda a gente sem excepção nos diz para, em situações de assalto, entregarmos tudo e não oferecermos resistência. É verdade que é isso que deve acontecer, mas também não é menos verdade que ninguém está psicologicamente e naturalmente treinado para viver e ultrapassar assaltos. Não frequentei nenhum curso e nunca fui preparada para tal, tal como milhares de pessoas também não o foram, logo a reacção pode ser tão díspar como a diversidade humana.

A minha reacção foi ficar parada, sem me mexer um milímetro para a frente ou para trás, desatar a chorar e a implorar que ele não me fizesse nada. Ele continuava a dizer com bastante nervosismo "passa a mala, passa a mala".

Julgo que havia uma mota, a sua mota, ao relantim, e isso despertou a atenção do guarda da frente (segundo disse ao repórter depois e já no dia seguinte).

Tudo estava a acontecer a uma velocidade muito rápida para que me conseguisse lembrar de todos os detalhes, mas sei que foi esse barulho da mota que mudou tudo.

De repente oiço o som de uma AK a ser carregada, ligeiramente afastada de nós, e pensei que ia morrer. Pensei que ele fosse ficar nervoso e disparasse. Tal como disse, é a reacção que resulta do nosso ser. O que aconteceu foi completamente diferente, ele ficou sim nervoso, mas com medo de ser apanhado. Ainda fez uma última investida e deu mais um passo na minha direcção. No entanto, ao mesmo tempo que isto acontecesse, o barulho da AK despertou a maioria dos guardas próximos e começou-se a ouvir passos, alguns estores a abrir, armas a saírem do chão onde estavam pousadas ao lado de onde dormiam. 

Por estupidez ou instinto, ao sentir cobertura e "segurança" desatei a gritar a pulmões abertos. O nervosismo do assaltante aumentou e ao sentir-se um pouco encurralado, olhou para mim, hesitou por segundos se viria na minha direcção mas o barulho de um portão a abrir ditou a sua decisão, começando a correr na direcção da mota, parada detrás da carrinha e arrancou. 

O guarda que saiu do portão, que então se tinha aberto, ainda correu na direcção dele mas a mota já ia quase a dobrar o quarteirão.

Naquele momento o choro dominou-me e em menos de 20 segundos apareceram ao meu lado o meu guarda e o da casa em frente, que me tinha "salvo" do assalto. Estava completamente descontrolada dos nervos que se abateram sobre mim. Este guarda, apercebendo-se do meu estado agarra-me com uma das suas mãos enormes e grita-me para me acalmar "já passou, ouviu, já passou". Não sei como mas funcionou, olhei para ele, e para o seu metro e noventa, e abanei com a cabeça que sim, ainda que as lágrimas não me abandonassem. "Vá, suba. Nando, leva a senhora".

Quando cheguei ao pé do repórter, que já ia no seu segundo sono completamente distante do barulho que então se tinha gerado na rua, desatei novamente a chorar. Ele ao acordar completamente estremunhado só perguntava o que aconteceu, o que aconteceu. Balbuciei umas palavras e ele desceu a correr.

O guarda da frente explicou-lhe de forma resumida, contando tudo com mais detalhe no dia seguinte de manhã, quem era o assaltante, que já era conhecido nas redondezas por tentar assaltos e seguir senhoras até ao bairro, onde estão mais vulneráveis. Que conheciam a mota vermelha e que tinha sido o barulho da mota que o alertou, embora estivesse alguns segundos a tentar perceber, pois não me via, devido ao facto de eu estar atrás do carro, só depois reparou na minha cabeça. Referiu também que ao dirigir-se ao portão para vir cá fora, se tinha esquecido da chave na casa do CCTV, e então decidiu carregar a AK para o assustar, pois o tempo que demoraria a ir buscar a chave do portão e voltar para abrir a porta, lhe daria tempo para ele completar o assalto. Por último referiu que naquele ano já era o terceiro assalto ou tentativa na rua, pelo mesmo indivíduo e que andavam com vontade de lhe dar uma coça ou mesmo mais.

A noite foi difícil, só me lembrava da arma apontada na minha direcção. No dia a seguir pensei nos erros cometidos e no que nos pode acontecer se baixamos as defesas, simplesmente por nos sentirmos mais seguros em determinado sítio.

A listar:
Deveria ter reparado se alguém me seguia;
Sabendo que não tinha chave, e mesmo tendo, àquela hora nunca deveria ter saído do carro (mantendo-o ligado e em posição de arranque) sem que o guarda estivesse cá fora ou sem que houvesse outros  guardas na rua, por perto;
Apitar para o guarda sair ou ligar antes a avisar que estamos a chegar.

Não pensem que isto acontece todos os dias e neste caso facilitei imenso. O que é um facto é que a partir daí, por mais cuidado da minha parte e mais sorte também, nunca mais aconteceu. Já foram várias as vezes que cheguei sozinha e tarde a casa, e não mais aconteceu.

Este episódio faz-me lembrar uma frase que tantas vezes ouvi. Luanda não é uma cidade perigosa, basta que tenhas os cuidados necessários e a probabilidade de algo te acontecer reduz-se drasticamente.

Não concordo com parte desta afirmação. Luanda é sim uma cidade perigosa. Uma cidade em que não se pode caminhar normalmente na rua em todo o centro da cidade, com os nossos pertences, é uma cidade perigosa. Mas se nos habituarmos a viver com isso e tomarmos as devidas precauções em todas as horas do dia, incorporando-as no nosso quotidiano, então sim, a probabilidade de algo acontecer é reduzida.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

24.Jul.2011 - Mais uma mudança de casa

Para o repórter, o histórico e o contador já mostravam o seguinte registo:

2 anos praticamente cumpridos em Luanda - Duas mudanças de casa;

Para mim era:

1 ano cumprido em Luanda - Uma mudança de casa.

Portanto já puderam ver que as mudanças era algo familiar para ambos.

Vai daí, não nos dando por satisfeitos, fomos forçados a mais uma. A verdade é que já a andávamos a antecipar, uma vez que a rotina do repórter estava a tornar-se um massacre com o despertar diário às 5h da manhã, mas não é menos verdade que o pequeno tremor de terra que afectou o chão do quarto do nosso apartamento, precipitou uma mudança ainda que parcial, já que muitas coisas ficaram a aguardar transporte posterior.

Se já tínhamos sentido, eu por uma vez, e o repórter das duas vezes anteriores, que as coisas que tínhamos em Luanda eram muito, mas muito superiores às que tínhamos quando iniciámos esta jornada, agora ainda sentimos mais, e só mudámos roupas e sapatos, basicamente... 

O resto ficará para a mudança definitiva, a ocorrer mais tarde.

E pronto, um fim-de-semana a trazer coisas, uma semana à frente para arruma-las (sendo muuuuuito optimista) e uma nova morada, de volta à cidade!



PS: Para os que programam mudanças em Luanda, infelizmente ainda não existem papéis espalhados pelos postes de electricidade com contactos de empresas de mudanças. Existem sim uma ou duas empresas cujo contacto é passado entre as pessoas. Ainda nos sugeriram fazê-lo, mas achámos que a quantidade de coisas não justificava os valores cobrados (cerca de 500 USD).

Caso tenham a possibilidade de solicitar ajuda à vossa empresa, e esta disponha de carrinhas e uma ou duas pessoas da manutenção para disponibilizar, sugerimos que o façam, mas que tenham tudo preparado de forma a que seja só entrar e carregar, caso contrário podem ter algumas surpresas menos boas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

23.Jul.2011 - Um ano de Angola da Co-Reporter


Faz hoje um ano que vim para Angola, que aterrei pela primeira vez na Terra Avermelhada e vim encontrar o repórter à minha espera.

Lembro-me que tinha muitas ideias do que era, do que vinha encontrar. Lembro-me que tinha lido muito, visto muito sem antes ter cá chegado. E por mais que vejamos, por mais que nos falem e nos contem, nada é igual ao que sentimos quando chegamos, quando vemos de perto, quando vivemos cá.

Um ano de vida e um ano de vida em Angola, em Luanda. Muitas histórias para contar. Muitas histórias boas, sem dúvida, mas algumas más também. Conheci e vivi do melhor e do pior. Acima de tudo tentei aprender com o pior que vivi e acreditar, ainda que posteriormente, que acontecia por uma razão. 

As memórias boas estão todas registadas, seja em fotos, seja neste blog, seja na alma ou no pensamento.

Num ano mudei de emprego, abracei um novo projecto sem olhar para trás, casei, conheci pessoas novas, algumas entraram na minha vida, outras não, conheci lugares novos em Angola, conheci novos países, um deles que não julgava conhecer tão rápido pela distância, estabeleci novos objectivos pessoais e profissionais, recebi novas responsabilidades e uma equipa para gerir, aprendi a gostar de comida diferente, o gin tónico passou a ser a minha bebida preferida, viciei-me em ginguba (o amendoim de Angola), comecei a escrever num blog, este blog, aprendi a gerir a distância e a tentar minimizar os seus impactos emocionais, aprendi que não se consegue controlar as saudades e que ser portuguesa acentua esse sentimento tão nosso, conheci música nova que toca todos os dias no meu carro, e a lista continuaria, afinal foram 365 dias que passaram. Mas sobretudo senti e reconheci que não deixei de viver, mesmo num contexto adverso e longe do que era e ainda é meu!

Há 365 dias atrás dizia que ia ficar por três anos, 365 dias depois não sei se ficarei por mais 365 ou se multiplicarei esse número por 2, 3, 4...

Aos que me ajudaram a viver este ano novo, difícil, o meu infinito obrigada. Não sou uma pessoa fácil, entre muitas coisas sou uma pessoa de paixões e de saudade, e sem vocês não seria possível enfrentar esta aventura e poder aprender com ela!






domingo, 5 de agosto de 2012

14.Jul.11 – Blog atinge 6.000 visitas…


Pouco há a dizer…

Fica apenas o registo…

O nosso sincero obrigado.

12.Jul.11 – Alteração do mundo financeiro… E não só!


Não sendo um tema da Terra Avermelhada afeta-a, à semelhança do que acontece em todo o mundo. Também na Terra Avermelhada se sentem os efeitos da crise. 

Esta crise que iniciou em 2008 teima em manter-se e, a cada semana que passa, torna-se mais evidente que o sistema financeiro continua a ser posto em causa.

Esta é uma situação muito complexa e, na minha opinião, imprevisível. Muitas opiniões e análises temos ouvido por parte de competentes economistas mas, na realidade, a situação é de tal forma peculiar que ninguém sabe concretamente o que poderá originar.

Tenho apenas a “certeza” que estamos num momento histórico, pela negativa, da Humanidade. Infelizmente acredito que este período ficará marcado como um ponto negro da nossa história.

Cabe-nos a nós tentar vencer da melhor forma possível num período de tanta austeridade e tanta dificuldade. Este é um ponto de mudança de muito do que temos como adquirido e de um modelo que tinhamos como correcto e infalível.

Um dos exemplos muito actuais:


Infelizmente tudo se torna muito mais estranho quando tanto se fala “nos mercados”. Essa grande entidade amorfa e sem caras que muitas das vezes serve para justificar a especulação que Portugal está a sofrer.
Acredito que o verdadeiro motivo desta crise não está ao alcance do comum dos mortais.. Muitas teorias vão surgindo e, acredito, muitas delas não passam de teorias da conspiração baratas.

Pelo facto de não ter conhecimentos ou capacidade para validar muita da informação que circula actualmente, o repórter, deixa apenas os link’s para informação diversa que nos poderá sempre ajudar a perceber algo…















sábado, 4 de agosto de 2012

04.Jun.11 – Um dia especial fora da Terra Avermelhada



O primeiro post que escrevi sobre este dia perdeu-se. No meio de tanta mudança, perdeu-se… estava com muito sentimento e tenho receio que este não reflicta o mesmo... perdoem-me por isso.

O dia 4 de Junho de 2011 começou a ser planeado muito tempo antes, com muito detalhe. O que se tornou uma missão complicada de gerir, pela distância. Quisemos ser detalhistas ao ponto de fazer as pessoas sentirem-se mais do que convidadas do nosso casamento, mas realmente parte dele. Executar esta tarefa a 7.000kms de distância, e com o ritmo de trabalho e de vida que aqui em Luanda se impõem, não foi tarefa fácil. A internet foi uma das nossas maiores aliadas, mas o nosso pior pesadelo também J Muitos fins de semana perdidos, muitas horas de sono ficaram por dormir, muito stress acumulado... No entanto, depois das palavras e dos comentários que recebemos, apesar do cansaço extremado com que chegamos ao dia D, voltaríamos a fazer tudo de novo, porque foi nosso, foi vosso e foi maravilhoso!

O dia começou bem cedo. Apesar de termos decidido casar apenas da parte da tarde, quisemos aproveitar bem o dia, e o meu começou cheio de boa disposição logo às 8h da manhã no cabeleireiro, acompanhada da madrinha Rita, do Padrinho Patrick e da Matilde e da Gi, que iam registando o momento. Num instante, e depois de muitos flashes, seguimos caminho. A partir daqui, não sei o que se passou, mas tudo se sucedeu a uma velocidade vertiginosa. Num instante estava a dar pulos no quarto, ao som do Niño dos Belanova, que o Patrick colocou a tocar no sistema de som depois de ter gravado com muito carinho e saudade no seu Iphone, no instante a seguir estava a receber toneladas de abraços e beijos e carinho, das pessoas que iam chegando, e de repente já me estão a colocar o véu, e vou a descer a pé para a igreja, acompanhada do meu pai, das amigas e da família!

Se os momentos já se estavam a suceder rápido, desde que entrei na igreja, com o Repórter ao fundo à minha espera, ainda se começaram a suceder mais depressa. Tentámos aproveitar ao máximo a companhia de todos e mais horas o dia tivesse, mais horas teríamos aproveitado.

Esta sensação de que tudo sucedia à velocidade máxima, é indiscritível, mas julgo que comum à maioria dos noivos. No dia a seguir acentua-se, e chegamos mesmo a sentir que não aproveitámos nada. No nosso caso, a ida imediata de lua de mel, e o regresso posterior e também imediato a Luanda, acentuou esse sentimento, sobretudo porque não pudemos reviver o dia com a maioria das pessoas que estiverem presentes. Só com alguma longevidade face ao mesmo é que este sentimento desvanece, e depois de revermos muitas vezes as mesmas imagens, e revivermos os momentos, é que começamos a sentir que o dia não foi assim tão curto.

Mas foi sim, sem dúvida, o dia mais bonito das nossas vidas, não só porque tudo correu bem, tal como desejávamos, mas porque estivemos rodeados de todas as pessoas que amamos e que são importantes para nós. Acreditem que para quem vive tão longe de casa, é um sentimento único poder estar rodeado no mesmo dia, de todos aqueles dos quais vivemos afastados e de quem muita falta sentimos.

Claro que houve pequenas coisas que correram menos bem, como não haver música de entrada na sala, aquela que tinha sonhado, porque no meio de tanta coisa o repórter esqueceu-se desse detalhe do qual estava responsável :) Na altura pareceu uma coisa enorme, tais eram os nervos, mas no momento em que entramos, já noite, com as velas todas acesas, a decoração intimista que idealizamos e a mais maravilhosa que tinha visto, toda a gente de pé a aplaudir-nos, o que se tornou grande e nos encheu a alma, foi a sensação de carinho, conforto e pertença, que jamais esqueceremos.

A todos os que fizeram parte do nosso dia, e que fazem parte integrante das nossas vidas, se não o dissemos vezes suficientes durante o dia 4 de Junho de 2011, uma vez mais o nosso eterno obrigado por terem estado presentes. Sem vocês não teria sido o mesmo.

A todos os que estão longe de casa e planeiam um casamento, não desanimem, façam-no com empenho, dedicação e muito amor, pois momentos como estes recompensam tudo:





Um agradecimento especial à nossa fotógrafa, Matilde Berk, pelo seu trabalho maravilhoso, que não nos cansamos de ver, e ao Ludgero Afonso, pelas reportagem informal que foi fazendo ao longo do dia.

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