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domingo, 30 de maio de 2010

24 de Maio – Reportagem: A comunidade Chinesa em Angola

Ora aqui está o resultado da interactividade que desejava para este blog…

Um leitor casual do blog, que se foi tornando mais regular, deu-me conhecimento de um vídeo sobre a existência/influência actual do povo chinês em Angola.

É verdade… Muitas pessoas não sabem mas, por diversos motivos, existem muitos cidadãos chineses em Angola.

Não poderia deixar de a partilhar…



Ao Paulo, “o leitor”, o meu obrigado pelo vídeo mas também pela sua simpatia.

Quanto ao vídeo… Já possui alguns anos mas, apesar de ter algumas expressões “tendenciosas”, é um bom relato relativamente à realidade Angolana. Não mostra o total lado da comunidade Chinesa contudo, quem estiver atento, capta algumas questões fulcrais.

É mais uma forma de divulgar a Terra Avermelhada…

sexta-feira, 28 de maio de 2010

21 de Maio – O espelho já sorri!!!

O meu espelho já sorri…
… o do repórter também e o nosso? Vai sorrir dentro de 2 meses!

Mais um “direito de antena” para a “primeira seguidora”, sendo este O direito de Antena.

Após algumas tentativas, esperas e desesperos, o dia pelo qual esperávamos chegou! Estou finalmente a caminho para ficar!

Para além de podermos estar juntos, algo que desejávamos muito, o meu novo trabalho representa um desafio profissional muito interessante, o que nos deixa a ambos muito contentes.

Por tudo isto sinto que a espera compensou. Obviamente que ao longo deste tempo nem sempre pensámos desta forma, e muitos foram os momentos em que a desilusão e o desesperou nos dominou e julgávamo-nos esquecidos pela sorte. Houve mesmo momentos em que acreditámos que tudo se tinha virado contra nós, em que não acreditávamos em nada e não percebíamos o porquê de tanta espera e desengano. Felizmente, nesses momentos menos bons, ao longo desta difícil caminhada, houve sempre um de nós a acreditar e desesperar menos, a mostrar que a luz ainda lá estava à nossa espera, no final daquele túnel imenso. O Repórter é mais sensato, e tem a frieza que eu não consigo ter nestas alturas, em que me deixo dominar por completo pela tristeza, e conseguiu muitas vezes que a dor fosse atenuada.

No entanto, actualmente, conseguimos perceber que por vezes as melhores soluções tardam em chegar, apesar de toda o sofrimento que isso causa.

Também sabemos que agora estamos mais fortes.

Os próximos dois meses (tempo estimado para obtenção do visto) vão passar a correr, sobretudo para mim que tenho dezenas de coisas para tratar antes de ir! E o repórter? Vai tratando de tudo para me receber da melhor forma possível nessa terra avermelhada e ansiada.

Não podíamos deixar passar esta ocasião tão importante para nós sem agradecer àqueles que estiveram sempre connosco a apoiar-nos neste passo tão decisivo e de uma forma ou de outra contribuíram para que a espera não fosse tão difícil de suportar.

Sem apelidos, sem qualquer ordem de apresentação, e sob pena de nos esquecermos de alguém, um grande obrigada ao, à, aos…

Pedro, Ludgero, Andreia, Celso, Miguel, Filipe, Traça, Pai Carlos, Ana, Rita, David, Carla (e Beatriz ), Manel, Patrick, Checho, Hugo, Inês, Sónia e Fatinha.

E uma mensagem muito especial às minhas queridas Silvie, Lulu, Isabel e Fafa, por todo o apoio diário e constante que me deram, pelo companheirismo e por me aturarem os desesperos relativamente às esperas e indefinições! Vou ter muitas saudades dos nossos almoços no piso 3, dos nossos cafés na esplanada, das sangrias do Túnel , das incursões à In Vitro e das trocas de emails com as novidades. Pensando bem, estas não irão nunca acabar!!!

Ao meu mano André, que amo, adoro e, sobretudo, desespero por saber que vou estar tanto tempo sem ele, o maior abraço que alguma vez poderei dar. No fundo só nós sabemos o que custa, mas tem de ser e é para o bem! Vou estar sempre pertinho de ti, mesmo quando estiver bem longe.

Por último, deixo-vos a todos com uma canção muito especial para nós, que enviei ao Repórter num daqueles dias em que a indefinição me dominava e me perguntava, quando é que o meu espelho ia sorrir…

in álbum “Do Amor” de Paulo de Carvalho



A letra da música:

O Meu Mundo Inteiro

Todos te querem bem
Mas tu não
Mas tu não
Todos te querem tão bem
Mas tu não
Mas tu não
Eu vou estar aqui
Vou estar aqui
Para quando tu
Não quiseres ouvir
Vou estar aqui
Por ti


Quando não tens ninguém
Eu estou cá
Eu estou cá
E quero-te tão bem
Tu não vês
Tu não vês
Eu vou estar aqui
Vou estar aqui
Para quando tu
Não quiseres ouvir
Vou estar aqui
Por ti


Eu não quero
Eu não quero ver
O mundo inteiro
Pronto a esquecer
Que tem alguém
Que não tem tratado bem
E quando me vejo ao espelho
E pergunto-me quando é que esse espelho
Vai sorrir para mim

Letra: Agir (filho de Paulo de Carvalho)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

13 de Maio – Uma obra que se deve conhecer… Miguel Barros

Porquê Miguel Barros e porque não o Pápa em visita a Portugal? Porque já bastam todas as horas que os nossos meios de comunicação social reservam para esse efeito… ehheheheheh

Agora mais a sério…

A presença em Terras longínquas acaba por tornar mais fácil o contacto com diversas e diferentes pessoas…

Uma antiga colega de trabalho (já cota eheheehheheheeh), por eu estar em Angola, lembrou-se de comentar que tinha um amigo de infância que agora também por cá estava.

Achei relativamente normal. Afinal de contas, actualmente, todos os Portugueses conhecem alguém que está em Angola.

Comentou então que esse amigo era artista plástico e que tinha feito uma exposição “sobre Angola”. Realçou que a técnica utilizada era algo diferente dos “Canones” normais e enviou-me o link.

Depois de uma leitura percebi que, de facto, a técnica era muito interessante e, sem dúvida nenhuma, estava intimamente ligada a esta terra. Uma Terra em que todos utilizam/reutilizam tudo. Numa Terra em que a terra (agora refiro-me verdadeiramente ao solo) é algo a que as pessoas estão intimamente ligadas…

Não consigo explicar… Eventualmente porque, como li algures recentemente, “África não se explica, sente-se”, mas a realidade é que sinto essa enorme afinidade com as pessoas e a terra…

Quanto à técnica? Só quem a domina poderia explicar detalhadamente (mas também se pode ficar a perceber no blog)… A mim cabe-me apenas dizer que utiliza “o mar, papel “cavalinho”, terra e caneta bic”.

Pela unicidade, pela beleza, e também porque é algo intimamente ligado a esta Terra Avermelhada, após a sua simpática autorização para inserir o link neste blog, recomendo uma passagem pelo http://www.miguelbarros.blogspot.com/ (outros sites e blog’s aconselhados \ Artista Plástico – Miguel Barros).

segunda-feira, 24 de maio de 2010

02 de Maio – Praia das Palmeirinhas

Chegados os carros estava na altura de testar o seu comportamento…

E lá fomos nós testar “as máquinas infernais” até À praia das Palmeirinhas. Nunca lá tinha ido portanto esta ida à praia tinha duas vertentes interessantes.

Depois de um percurso de terra batida que não apresentava grande dificuldade chegámos à areia solta e, atesto, o comportamento do Jimny é fantástico… Não “atascámos”. Parámos então numa praia onde estava um grupo de pessoas muito simpáticas e afáveis e ali estivemos longe da confusão de Luanda. Sem dúvida um local muito agradável.

Enquanto estávamos a disfrutar do sol (que não era muito) e da água (fria e muito agitada) íamos ajudando a passar o tempo vendo os esforços de outros carros que iam passando e iam ficando atascados…

Por aqui ficam algumas fotos (apenas as que se podem divulgar :P) de “uma fila de atascados”.



A retirada foi rápida e estratégica porque começou a chover “a meio da tarde” e uma vez que metade do troço tinha bastante argila decidimos não arriscar… Já quase na estrada principal de acesso a Luanda um momento engraçado…





29 de Abril – A chegada do tão desejado carro

Pois é…

8 meses depois de chegar à Terra Avermelhada chegou então a minha viatura…

Não porque não existem, não porque era caro mas porque na primeira metade desse período havia indecisões estratégicas para a empresa e porque na segunda metade desse período estavam a ser tomadas decisões estratégicas para a empresa.

Pode parecer estranho mas é a realidade e este não é um problema da Terra Avermelhada…

O que é importante é que já chegou e que agora aumentam os meus graus de liberdade.

Ah, já me esquecia, é um Jimny cinza. heeheeheheeh

Pelas suas dimensões, assim que me sentei ao volante, senti algo estranho… Parecia que o carro só tinha motor e que, atrás de mim, já nada existia. Senti que havia um grande desiquilibrio no carro mas, após esse primeiro impacto, estou muito contente com o seu desempenho…

A máquina infernal…





13 de Abril – Deambulando por outros Blog’s III

O Fado…

Património Portugês indiscutivelmente…

Pequenas coisas que nem sempre valorizamos quando estamos “em casa”, à distância, assumem uma importância muito maior…

Aqui fica uma excelente reportagem da TV Brasil:


Fonte: http://www.diariodaafrica.com/2010/04/tem-japones-no-fado.html

sábado, 22 de maio de 2010

12 de Abril – Deambulando por outros Blog’s II

Atingido o sétimo mês de vivência no país da Terra Avermelhada, voltei a perder-me nas pesquisas de outras opiniões na internet... Durante estes últimos meses tenho disponibilizado link’s de blogues ou sites que considero interessantes como um todo.

Agora queria algo mais… Queria sentir o que se escreve desta terra… E o primeiro resultado desta pesquisa foi, para mim, muito interessante:

LUANDA, DIA 1
A primeira imagem de Luanda é de poeira suspensa. Da janela do avião, o aeroporto 4 de fevereiro é uma ilha de asfalto cercada por musseques. As casas das favelas são de madeira, metal. Pedras de diversos tamanhos são colocadas sobre as telhas para impedir que sejam carregadas pelas ventanias. O fenômeno repete-se em toda área pobre da cidade.

Carcaças de antigos aviões militares espalham-se pelas pistas secundárias do aeroporto. No desembarque, muita confusão. Apesar de placas indicarem a existência de filas específicas para diplomatas, cidadãos dos países de língua portuguesa, nacionais etc., ninguém respeita as indicações. Procura-se a fila aparentemente mais curta e pronto. Antes disso, é necessário conseguir o formulário de imigração para ser preenchido.

O documento não é distribuído durante o vôo, o que facilitaria a vida de todos. Os passageiros encurralam os dois únicos funcionários angolanos que distribuem o formulário apenas depois que os visitantes mostram o cartão com a vacina contra febre amarela em dia. Difícil entender por que não se exige a comprovação no embarque.

No trajeto do aeroporto até a cidade, mais poeira. Ruas sujas. Prédios detonados. Vendedores ambulantes. Gente à toa. Vigias fardados dormem sentados em cadeiras plásticas em frente a prédios e casas. O trânsito flui. Afinal, é domingo, sete da manhã.

Depois de um breve descanso, algumas compras na Casa dos Frescos, supermercado frequentado basicamente por estrangeiros e angolanos ricos. Coisa pouca, o suficiente para alguns lanches em casa. Tudo caro: biscoito, molho de tomate, queijo, sabonete líquido, ervilhas, manteiga, pão de forma, iogurte. Valor: 17.831,80 kwanzas. Ou US$ 237. Ou R$ 426,50. Cotação do dia: US$ 1 = 75 kwanzas.

Tentativa de almoço na ilha. Mais musseques pelo caminho.

Seguranças dos restaurantes portam fuzis russos AK-47. Sensação desagradável. Será que damos gasosa? Bom, sou adepto da política de que jamais se deve negar uma gorjeta a uma pessoa que carrega um AK-47.

Restaurante lotado. Vamos para outro. Na rua, seis jovens em três vespas quase batem no carro em que estamos. Um deles dá um soco na lateral do veículo.

No restaurante Portugália, mais jovens querem vigiar o carro, lavar o carro, dinheiro. Quando vamos sair, eles estão com as caras grudadas no vidro traseiro do carro, de olho nas compras. Chamam as mulheres brancas de madrinha. Saímos rápido. O primeiro dia em Angola é tenso.

04 de Abril – Feriado: Dia da Paz e da Reconciliação Nacional

Nota: Mais uma vez a pesquisa e o texto foram elaborados pela minha metade. Quem sabe se não terá sido o seu último contributo como “A primeira seguidora”.

Dando continuidade ao post publicado sobre o Feriado de 4 de Fevereiro, dia nacional do esforço armado, este post tem como objectivo aproveitar a realização do Feriado do 4 de Abril para divulgar mais um pouco sobre a história/cultura de Angola.
Independência de Angola em 1975

Como foi mencionado no post relativo ao Feriado do 4 de Fevereiro, depois de longos anos de confrontos, Angola veio a alcançar a independência a 11 de Novembro de 1975, data que tinha ficado decidida na Cimeira de Alvor, realizada em Janeiro desse mesmo ano nesta localidade Algarvia, mais precisamente no Hotel Penina. A Cimeira culminou com a assinatura do Acordo de Alvor, entre o Governo Português e os três movimentos de libertação Angolanos (UNITA, MPLA e FNLA), os únicos escolhidos pelo Governo Português como representantes do povo angolano para este acto.

Fotografia Protocolar do Acordo do Alvor

O Acordo de Alvor permitiu a independência de Angola e previa a paz neste país. O Acordo contemplava ou antevia a eleição de uma assembleia política partilhada por três partidos, os quais tinham por detrás três exércitos e três países com ambições económicas e materiais sobre Angola. Ou seja, para além das disputas internas que existiam entre os três movimentos, internas, estava em causa o apoio aos movimentos de três potências mundiais, em plena guerra-fria - o MLPA era apoiado pela URSS, a UNITA pela África do Sul e a própria China, e a FNLA pelos Estados Unidos.

Os líderes Angolanos aquando do Acordo do Alvor

Nesse mesmo ano Agostinho Neto proclamou a independência e assumiu a presidência de Angola, respondendo assim às invasões militares, comandadas pela FNLA, ao Norte do país com apoio do Zaire e dos EUA, e ao Sul, pela UNITA, com apoio de tropas Sul-Africanas.
Ainda em 1975, O Brasil destacou-se como o primeiro país a reconhecer o novo governo de Angola. O país, nesta data, recebeu apoio de tropas cubanas para combater a invasão militar e já em 1976, tropas Sul-africanas retiraram-se do território Angolano. Contudo, em 1978 as tropas Sul-africanas voltam a investir contra o território angolano, na acção que ficou conhecida como “Massacre de Cassinga”.

No ano seguinte de 1979, o presidente Agostinho Neto morre durante tratamento médico em Moscovo e José Eduardo dos Santos viria a suceder-lhe, assumindo o comando do governo. Nesta altura iniciava-se um ciclo de acontecimentos no país, como a continuação da guerra civil. Em 1984 o presidente José Eduardo dos Santos apresentou às Nações Unidas uma “plataforma de paz”, proposta pelo seu governo que culminou com várias tentativas de se chegar a um entendimento.

Em 1989 realizou-se a cimeira de Gbdolite, sob a condução do presidente Zairense Mobuto Sesse Seko, que era conhecido como aliado de Jonas Savimbe, líder da UNITA. O Acordo fracassou sem chegar a ser colocado em prática, devido à violação do “cessar fogo” pela UNITA enquanto a cimeira era realizada. Em Maio de 1991 a UNITA e o MPLA voltam à mesa de negociação e assinam em Portugal o acordo de Bicesse.

Acordo de Bicesse

Este acordo, assinado no Estoril, mais concretamente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, estipulou que seriam realizadas as primeiras eleições livres e democráticas em Angola, supervisionadas pelas Nações Unidas, assim como todas as forças beligerantes seriam integradas nas Forças Armadas Angolanas (FAA), prevendo assim o desarmamento das partes e a criação de um exército único. Nesta altura em Angola já vigorava o sistema do multipartidarismo. Este Acordo permitiu um armistício temporário na Guerra Civil de Angola entre MPLA e a UNITA.

No ano de 1992, foram realizadas as primeiras eleições gerais democráticas sob supervisão da ONU. Mas o chefe da Organização das Nações Unidas acusou a UNITA de ocupar militarmente várias regiões do país e Jonas Savimbi, que perdera as eleições, recusa a derrota e ordena que seu exército recomece os ataques.

Primeiras eleições democráticas

Em 1993 os EUA, através do presidente Bill Clinton, reconhecem oficialmente o governo Angolano. No ano seguinte a UNITA, que estava fragilizada e desarticulada, cede às pressões internacionais por uma saída diplomática. Nesse ano foi então assinado o Protocolo de Lusaka, na República da Zâmbia, que previa a formação do Governo de Reconciliação Nacional (GURN), com a participação dos políticos da UNITA e, tendo como signatários, o Governo de José Eduardo dos Santos e a UNITA, com o objectivo de resolver o conflito armado pós-eleitoral, que só viria a conhecer o seu fim em Abril de 2002.

Protocolo de Lusaka

O Governo de Reconciliação Nacional (GURN) tomou posteriormente posse a 11 de Abril de 1997 e foi constituído maioritariamente pelo MPLA, em conjunto com a UNITA e outras forças políticas com assento parlamentar. No ano seguinte, em 1998, alguns integrantes da UNITA criam a UNITA Renovada encabeçada pelo, ex - secretário geral, Eugênio Muanovacola. Dando seguimento a esta iniciativa, a UNITA intensificou os ataques em várias regiões de Angola o que levou a ONU a declarar Jonas Savimbi como criminoso de guerra e estabelecer novas sanções para países e empresas que prestassem apoio ao seu movimento.

Em 1999 as Forças Armadas Angolanas, iniciam a “Operação Restauro”, libertando milhares de civis e restabelecendo o controlo de 98% do território angolano.

Esta ofensiva resultou na morte em combate do líder e fundador da UNITA, Jonas Malheiro Sidónio Savimbi, quando um número restrito de operacionais de UAT (Unidade Anti-Terror), acompanhado de cães treinados algures em Portugal, o feriu mortalmente com 7 balas (há quem diga que foram mais), no dia 22 de Fevereiro de 2002 nas matas do Lucusse (Moxico).
Com a morte do Presidente da UNITA, tiveram início contactos exploratórios entre as forças residuais da UNITA e as FAA, no Luena, província do Moxico, processo que culminou na assinatura, a 4 de Abril de 2002, de um Protocolo de Entendimento entre as partes, complementar ao protocolo de Lusaka (assinado previamente 8 anos antes).

O abraço histórico entre o presidente da República, José Eduardo dos Santos, e o general da UNITA, Abreu Muengo Ucuatchitembo Kamorteiro, na Assembleia Nacional em Luanda, marcou o dia 4 de Abril como a data consagrada como o dia da paz e reconciliação nacional em Angola, dando assim origem a este feriado nacional.

Abraço histórico entre Presidente José Eduardo dos Santos e General Abreu Kamorteiro, marcando o dia da paz e da reconciliação nacional em Angola

Em 29 do mesmo mês e ano, era assinado, em Luanda, o documento que punha fim à guerra em Angola e abria as portas para a reconstrução do país que, após um longo período de guerra, se apresentava muito destruído.

Resultados do Conflito

29 de Março – Deambulando por outros Blog’s I

“Perdido” pela net, em Janeiro, encontrei um blog que me chamou a atenção. Pela forma como está escrito mas, também, pela “familiaridade” do que é dito decidi ler melhor. Decidi tentar perceber quem seria a pessoa que estava por detrás do meu ecrã.

Ainda não sei, é certo, mas tentarei descobrir.

À partida sei muito pouco.. Um profissional, provavelmente da area da construção civil, que se predespôs a assumir um desafio, acima de tudo, pessoal…

Alguém que vê em Angola uma experiência de vida e que decidiu dar um pontapé na monotonia.

O link já está disponível no blog mas aqui o link para que, quem quiser, se possa entreter com os interessantes post’s.:

http://2010viveremangola.blogspot.com/

Com esta “descoberta” abriu-se o apetite para deambular pela net de forma a “ouvir” outras opiniões, sensações e vivências... Espero conseguir publicar mais relatos brevemente…

27 de Março – Luanda e Concurso de cozinha: Jantar Indiano

Mais um jantar chegou…

E neste, não sendo do meu grupo, acabei por dar algum contributo. Ou seja, estive presente. Eheheheh

É um contributo como outro qualquer. ;)

Mas desta vez, apesar do jantar estar igualmente bom (não ao nível do jantar que “o meu grupo” fez inicialmente mas, também bom… eheheheheh) fica o registo de fotografias tiradas de um prédio da marginal. Um prédio onde moram pessoas especiais.

A Marginal:



Atrás da primeira linha de edifícios:




Ainda atrás da primeira linha de edifícios, consegue ver-se o estacionamento da primeira grande empresa de táxis (dignos realmente desse nome) em Angola. AFRITáxis!!! Como se tem ouvido ultimamente: “Angola está a mudar…”


Uma ilustração do que é Luanda, neste momento…


E também uma caracterização das diferentes fases da “Nova Luanda”…


25 de Março – Uma lista de compras…

Chegados a casa a “senhora” disse-nos que tinha feito uma lista para as compras do dia seguinte. Fomos verificar e registamos com agrado a preocupação e empenho dela…

Este era o seu contributo para as compras do dia seguinte. E a isto pouco mais havia a adicionar.

;)

23 de Março – Blog atinge 1.000 Visitas

É verdade meus caros amigos.

Sinceramente não esperava mas o blog atingiu as 1.000 visitas. Quem diria…

Como se pode ler iniciei o blogue para, de uma forma simples, ir mantendo os amigos, família e a minha metade, informados sobre as coisas engraçadas que ia vivendo. Foi uma forma, simples, de não me tornar repetitivo no envio de email’s e, confesso, nunca pensei que a minha dedicação fosse durar tanto tempo.

A parte engraçada é que percebo hoje que, para além dos amigos, outras pessoas foram lendo e acompanhando os relatos.

Pelo gosto que fui criando em escrever e pela paixão que tenho, a fotografia, que vai crescendo com os cenários e situações que vou vendo e vivendo, ganho a convicção de que o blog permanecerá vivo (apesar das actualizações não serem ao ritmo do que gostaria…).

Para além do agradecimento que se impõe, pelas visitas ao blog, deixo ainda um repto… Peço mais interactividade… Comentários, sugestões, críticas, sei lá… Gostava que o blog se tornasse uma forma de comunicação de sentido duplo…

Beijos e Abraços

14 de Março – O que fazer quando querem dormir connosco à força?

Saímos do quarto…

É verdade… Hoje senti na pele, pela primeira vez, o que são as chuvas na Terra Avermelhada.

Perto das 23 horas começou a chover um pouco, nada de especial, e após cerca de 30 minutos dessa forma a intensidade aumentou e, em cerca de 10 minutos encheu o logradouro da casa (que também não é muito grande e que tem uma drenagem insuficiente) e o meu quarto começou a ser “invadido”.

Após o início da “invasão”, em 10 minutos fiquei com uma lâmina de 4 cm de água dentro do quarto (que até tem uma área considerável).




Mais uma aventura na Terra Avermelhada porque acabei por ter que retirar tudo o que estava no chão e, também, no nível do roupeiro inferior, em pouc tempo.

Sorte que não estava ainda deitado senão não teria notado absolutamente nada…

quinta-feira, 13 de maio de 2010

13 de Março – Concurso de cozinha: Jantar Mexicano

Depois do inicio do concurso e de um belíssimo jantar Americano (do qual não tenho fotografias devido a um pequeno problema técnico com a máquina fotográfica) aqui fica uma pequena amostra do “repasto” de mais um dia muito engraçado.




Parabéns aos cozinheiros. Conseguiram estar ao nível dos dois grupos anteriores (mas um bocadinho atrás do “meu” grupo - ehehheheheh).


quarta-feira, 12 de maio de 2010

13 de Março – O primeiro passo de uma nova Era?

Enquanto fazia a “normal” leitura matinal dos jornais online deparei-me com algo que, acredito, seja o primeiro passo de uma nova Era… Depois dos computadores começarem por ser grandes caixotes que ocupavam salas e salas com os seus componentes, chegaram às dimensões que conhecemos hoje em dia. Fizeram um “longo” percurso (ou tiveram uma implementação repentina, conforme a escala temporal que pretendamos utilizar) e, hoje em dia, “condicionam” os nossos comportamentos, hábitos e rendimento laboral.

E depois de “se atingir o limite” o que é que surge? Tudo de novo…

Novamente um computador de dimensões incompreensíveis mas que, desta vez, já está um passo mais à frente… No fundo é o início da inteligência artificial…

Mais uma fase de grandes mudanças que, quem não tiver “abertura de espírito” e “capacidade de mudança”, não conseguirá acompanhar…

Confesso que achei a notícia ainda mais interessante porque nesta altura estou inserido numa sociedade em que, poucos são aqueles que têm acesso “à primeira geração de computadores”. É verdade… Pode até parecer estranho para quem “vive no mundo Europeu” mas a realidade é essa… Sinto que este poderá ser um salto demasiado grande para um grande número de pessoas que, “repentinamente”, ficarão tão atrasadas tecnologicamente que passaram quase a ser interpretadas como “inúteis”.

A Notícia…

Elementar, meu caro. Vem aí o supercomputador da IBM

Dentro de alguns meses, um novo supercomputador vai enfrentar um desafio nunca antes apresentado à sua espécie: responder a perguntas para as quais não está preparado. Isto é, pensar. O supercomputador, que ocupa o espaço de vários estádios de futebol, chama-se Watson - como o fiel companheiro de Sherlock Holmes. E o teste a que será submetido é a participação no concurso "Jeopardy", um dos mais difíceis e antigos da televisão norte-americana. O projecto é da tecnológica IBM, maior fabricante mundial de supercomputadores, que está a ultimar o Watson para que esteja pronto em 2011. Será o primeiro computador a entender linguagem natural e a responder da mesma forma, em vez de fazer uma busca interna na base de dados à procura do item que corresponde à questão. E para que servirá um computador assim?

"Apoio ao cliente", responde John E. Kelly, director mundial de investigação dos laboratórios da IBM. "Mas o mais importante é que ajudará na prestação de cuidados de saúde em países emergentes, onde pode ser mais fácil ter acesso a uma máquina que a um médico de família." Para desgosto dos fãs de ficção científica, até agora nenhum cientista conseguiu inventar um computador que entenda o utilizador. Mas o Watson vai chegar mais perto que nunca deste ideal. Poderá realmente perceber o que lhe perguntam e responder de forma adequada.

Trata-se de um dos projectos mais ambiciosos que os laboratórios de inovação da IBM têm em mãos, mas há outras iniciativas com grande potencial de impacto, por exemplo na área da saúde. John E. Kelly conta que está em curso na Europa um megaprojecto para o tratamento do VIH, doença que tem de ser tratada com um cocktail avançado de medicamentos baseados na gravidade e nos sintomas.

"Criámos uma enorme base de dados com toda esta informação a nível da União Europeia", explica Kelly. "Agora estamos a adicionar dados genéticos dos doentes com VIH no sistema de análise, que é 75% mais preciso a determinar o mix óptimo de medicamentos, o cocktail ideal, que qualquer médico do mundo". Ou seja, "os médicos não têm de adivinhar". Este supercomputador vai dizer: "Com base na genética, nos sintomas e nas características da pessoa, estas são as melhores soluções."

John Kelly, que falou com o i à margem do evento mundial da IBM CIO Leadership Exchange, em Barcelona, defende que este tipo de inovações será crucial para áreas como a saúde e o ambiente, mas também para os negócios. O software analítico da IBM serve, por exemplo, para que a petrolífera holandesa Shell descubra quais os melhores métodos de extracção de petróleo em poços onde é preciso ir cada vez mais fundo. Ou, no caso da transportadora alemã Lufthansa, para prever os fluxos de procura em múltiplos destinos e o número adequado de aviões a operar num aeroporto. O Bank of America usa-o para prevenir fraudes. "Só vamos ganhar mercado com base em inovação", defende Kelly, explicando que foi por isso que a empresa decidiu vender a emblemática divisão de computadores em 2004 aos chineses da Lenovo. "Os PC são 'commodities'. Não nos conseguimos diferenciar", conclui. Pelo contrário, a empresa norte-americana é a rainha dos supercomputadores, dominando sistematicamente o top dos maiores supercomputadores do mundo.

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/50901-elementar-meu-caro-vem-ai-o-supercomputador-da-ibm

11 de Março – Pequenos gestos que ajudam muito

A imagem fala por si…


Basta que pensemos um pouco antes de imprimir qualquer coisa que recebemos e, só esse pequeno gesto, servirá para reduzir significativamente a quantidade de papel gasto.

Se todos contribuirmos um bocadinho terá um grande impacto “na nossa casa”.

FONTE:
http://obviousmag.org/olhares/arquivo/2010/03/pense_antes_de_imprimir.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+OBVIOUS+%28o+b+v+i+o+u+s%29&utm_content=Google+Reader

domingo, 9 de maio de 2010

8 de Março – Rio Longa Dia 3

Pois é…

O que é bom acaba depressa. Depois dos fantásticos dias de descanso e praia chegava a hora de dizermos adeus e regressarmos a Luanda.

Não o poderíamos fazer sem deixar “a nossa marca” no livro do complexo.

Pelo seu aspecto tão rudimentar e característico, não poderia deixar de mostrar uma fotografia da sua capa:


E já agora… Aqui fica, numa magnifica tirada artística da Andreia, “a nossa marca”:

(não.. não foi uma criança de 3 anos a fazer este desenho…) :P

Um “adorno” da varanda do restaurante 


Chegada a hora… De regresso a casa… Esta fotografia foi tirada a meio do percurso que fizemos de kaiake. Imaginem-se aqui sem qualquer ruído incomodativo…


Um “navegador local” a meio do nosso percurso até ao parque de estacionamento. Um barco talhado à mão, claro está, em madeira…


Cais de chegada…

7 de Março – Rio Longa Dia 2

Ao acordar o dia não parecia muito promissor…



Felizmente pelas 9.30 o dia melhorou e permitiu-nos disfrutar da maravilhosa praia.

Para a história fica uma “sessão de carinho” entre mim e o “Louis”.

Resultado do seu desejo de brincar com o “papagaio” do Ludgero…

Reza ainda para a história uma “amizade” um pouco incomodativa que todos os hópedes deste fim-de-semana tiveram no complexo. Alguém era “um pouco incomodativo e inoportuno”.

Eheheheeheh

E finalmente um último episódio…

O episódio dos “dois artistas” (eu e o Ludgero) que decidiram ir dar a volta de kaiake à “ilha” onde fica o complexo. Um passeio muito agradável, sem dúvida, de comunhão com natureza. A total ausência de ruído fe-nos sentir num local paradísiaco, muito devido às tonalidades verdes da vegetação.

Fantástico não é?

Sem dúvida… Mas passado cerca de uma hora saber que, no percurso que tínhamos feito, tinham sido visto jacarés (com cerca de 4 metros) deixa-nos a pensar… Nessa altura imaginei o que seria termo-nos cruzado com eles… Correu tudo bem e, para a memória, fica apenas o registo daquele passeio, felizmente!!!

Desse dia apenas 3 fotografias…

“O cais” de chegada à praia:


O mobiliário de apoio à praia perto de outro pôr-do-sol, igualmente agradável mas menos “marcante”.


E mais uma brincadeira com o pôr-do-sol

6 de Março – Rio Longa Dia 1

Mais uma oportunidade para conhecer algo diferente neste vasto país. Mais uma vez, a minha descoberta foi feita com o grupo de amigos que me “adoptou”. Um fim-de-semana no Complexo do Rio Longa!

Mas o que é o Complexo do Rio Longa? A definição inicial que ouvi foi semelhante a esta: “um complexo turístico muito bom para descansar, em plena praia”. A definição colocou as expectativas bem altas…

Na realidade este relato começa no dia 5…

Porquê? Porque, depois da definição inicial, estava na altura de saber mais pormenores, e foi no dia 5 que a Andreia me disse: “O local não tem electricidade nos quartos, só tem rede de telemóvel num local muito específico, não tem nada para fazer à noite, e é um local com mosquitos portanto não te esqueças do repelente. Nós deixamos o carro num estacionamento e vamos de barco para lá… Ah, e temos que levar lanternas!”. A minha primeira reacção foi de espanto. E a segunda? De negação… Julgo que me saiu algo do género “O quê? Mas se é assim porque é que vamos para lá?”. Ela esboçou um sorriso bem audível e perguntou se já estava preocupado porque seria díficil falar com a minha metade. Bom… Esse era um dos factores, sem dúvida mas, para além disso, estava também admirado porque a definição inicial não fazia antecipar tamanhas privações…

Depois de desligar o telefone, uma vez que tudo já estava combinado, pensei “e porque não? Pode ser uma aventura engraçada”. E lá fui eu para casa, infelizmente, trabalhar até às duas e meia da manhã (sendo a partida às 6).

O percurso é pacífico… O complexo fica cerca de 50 km mais a sul de Cabo Ledo e, por isso mesmo, os problemas de trânsito resumem-se ao trânsito da cidade. O restante percurso, após Benfica, é apenas perigoso devido às velocidades e ultrapassagens…

Enquanto estacionávamos vimos então a “jangada”, moderna, que seria o nosso meio de transporte até ao complexo.

Após a partida “o primeiro postal”:


E lá arrancámos nós em direcção ao local tão “místico” que a Andreia tinha referido. Cerca de 2 minutos após a partida a vista era esta:


Depois de, num local, o “marinheiro” nos ter alertado para a presença de 2 jacarés (que nenhum de nós viu devido à distânci), olhando para trás tínhamos esta vista:


Cerca de 15 minutos depois da partida avistei aquilo que parecia ser o complexo


Mas pensei que não deveria ser aquele… Tendo em consideração o preço, deveríamos ir para algo um bocadinho melhor. Enquanto nos íamos aproximando a velocidade da “jangada” ia reduzindo e comecei a recear que, de facto, o complexo fosse ali. Nos primeiros instantes estava incrédulo. Não queria acreditar que era ali. As “casas” tinham um aspecto muito rudimentar e pouco confortável… Mais de perto a vista era esta:


Chegados a bom porto tínhamos uma anfitriã. Uma senhora já reformada da Namíbia que nos recebeu de uma forma muito carinhosa e família. O Pedro e a Paula são frequentadores “assíduos” e por isso mesmo tivemos direito a uma atenção mais especial. Feita a recepção iríamos então levar as coisas para os quartos e…




… e eram assim.

E após vistos os quartos, confesso, que as perspectivas para o fim-de-semana melhoraram significativamente.

Basicamente o complexo tem uma construção principal que é o restaurate e bar e depois, através de passadiçoes de madeira, faz-se o acesso aos quartos que são, basicamente, iguais entre si (excepção feita a um que tem, creio, 12 camas).

À frente do complexo um dos canais do Rio Longa e, do outro lado do cordão dunar, a praia. Para o acesso à praia cerca de meia dúzia de kaiakes para que os hóspedes não se molhassem.

Ao fim da tarde “um quadro” pintado à frente da varanda do quarto…




Enquanto registava “os quadros” outros dois…

A “Jangada” que faz o transporte desde o parque de estacionamento até ao complexo:


O passeio de kaiake de uma família…


E pouco tempo depois um pôr-do-sol tipicamente Africano.





E a minha preferida…


E depois de um belo jantar, não havendo energia eléctrica a nossa noite foi passada a jogar póquer na varanda do restaurante. Alguns mosquitos mas, sem dúvida nenhuma, um bocado bem passado. Parafraseando a Andreia “deitámo-nos com as galinhas” porque, sendo o pôr-do-sol pelas 18 horas pelas 21 já parece que é meia noite.

Também por isso um local óptimo para descansar.

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