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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

22 de Janeiro – Feriado (25 de Janeiro) ou… talvez não

Feriado ou talvez não???

Ora bem… Digamos que aqui também há feriados…

É verdade que quando os feriados são ao domingo são gozados há segunda ou, caso sejam ao sábado, são gozados à sexta…

Agora feriado que deixam de o ser?

Pois… Aqui existem desses… Estranho??? Naaaaahhhh!!!! É só a uma demonstração das particularidades desta terra…

Dia 25 (segunda-feira) é o feriado de Luanda (feriado municipal) e, obviamente, todas as pessoas estavam “preparadas” para gozar um fim-de-semana prolongado. Mas… Enganaram-se…

Estavam preparados mas mal (fazendo uma alusão a uma célebre frase do meu sector profissional) porque hoje foi “decretada a não realização do feriado”. É verdade… Um feriado que está reconhecido e que sempre foi comemorado será ignorado “por decreto”.

Já agora… Aqui fica a informação dada na agência de notícias:


“Governo exorta funcionários comparecer nos seus postos de trabalho no dia 25

Luanda - O Governo da província de Luanda exortou hoje, na capital angolana, a população a comparecer nos seus postos de trabalho na segunda-feira (25 de Janeiro), Dia da cidade de Luanda, sem absentismos, uma vez que não foi decretada tolerância de ponto.

A cidade de Luanda completa o seu 434º aniversário dia 25 de Janeiro, data da sua fundação, numa altura em que decorre a "festa" do Campeonato das Nações Africanas de Futebol (CAN Orange Angola 2010).

De acordo com um comunicado de imprensa entregue hoje, quinta-feira, à Angop, o Governo provincial de Luanda considera cidade como uma urbe “cosmopolitica” que apresenta enormes potencialidades e oportunidades em termos de crescimento multifacetado.

Nesta nota, o GPL reconhece os diversos problemas que se vivem nesta cidade, ligados, principalmente, a circulação viária, falta de espaços para estacionamento, de lazer, quebra de hábitos de convivência, redução da oferta de habitação.

Insuficiência de redes técnicas e de infra-estruturas que suportem a volumosa densidade populacional são, entre outras, dificuldades verificadas nesta urbe, de acordo com o comunicado.

O Governo provincial reitera ainda a necessidade do combate de situações de ruptura dos assentamentos urbanos, para a promoção de um adequado nível de organização e estruturação das zonas urbanas.

Ordenar o crescimento das principais centralidades, qualificando as zonas residências, assim como o incentivo de organização e participação das comunidades locais no desenvolvimento urbano, exercitando civicamente a sua cidadania, são entre outros desafios patentes.

“A educação cívica, ou pela cidadania deve envolver todas as forças vivas da Nação, mobilizando-se as energias interiores, convertendo-as em projectos de intervenção nas escolas, nos bairros, nas comunas e municípios, com objectivo de uma aprendizagem de participação cívica, tolerância, democrática e respeitadora da lei dos direitos humanos”, descreve a nota. “

in ANGOP 22.JANEIRO.2010

A mim, confesso, pouca diferença me vai fazer porque, uma vez que as re-estruturações na empresa são grandes, tenho uma muitas coisas para concluir até à próxima semana e teria que estar a trabalhar mas, convínhamos, é uma situação chata e caricata. Normalmente, principalmente os expatriados, aproveitam estes fins-de-semana prolongados para conhecer algumas das províncias e agora ou tiram férias ou desmarcam…

É chato mas, como tantas e tantas vezes já escrevi… Estamos noutra realidade… Não, não é na realidade virtual… É apenas outra…

domingo, 7 de fevereiro de 2010

21 de Janeiro – CAN 2010 – Algo que tinha mesmo que ver

É verdade.

Hoje estávamos no nosso encontro semanal de futebol e, enquanto esperávamos pelo inicio do nosso jogo, um comentário estranho. Um colega falou de uma saída muito esquisita do guarda-redes de Moçambique. Pelas palavras dele “o movimento foi tão esquisito que ia partindo o pescoço.”

Perante tal descrição, ao chegar a casa, não resisti... Queria perceber o que ele estava a tentar dizer porque não conseguia antecipar um movimento que originasse tal situação. E o que era? Eu também não consigo explicar... Só percebi que temos artista...

18 de Janeiro – CAN 2010: Angola-Argélia

Quanto ao jogo pouco há a dizer… Se o jogo terminasse empatado ambas as equipas passavam (tendo em consideração o resultado do outro jogo) e, como em todas estas situações, sabe-se lá porquê, o jogo acabou empatado.

Mas, tal como o meu amigo Mata me dizia, este povo merece esta festa. E esta é que é a verdade…

Para mim o melhor do CAN é a alegria com que os Angolanos estão a viver esta festa. Todos os dias, em todas as ruas, se vê pessoas a venderem (antigamente vendiam de tudo) o tudo que vendiam e mais caschecóis, camisolas, bolas, bandeiras, etc etc etc.

Para a história, para além do empate, ficará a tolerância de ponto decretada pelo governo para este 3º jogo da primeira fase do CAN. Ficará também o que muitos viveram nesse dia… Há relatos de 4 e 5 horas parados no trânsito (Ai... O quanto eu gostava de ter imagens desse momento no blog...). Há pessoas que, por terem uma vista preveligiada para a marginal, viram que a Marginal se transformou num parque de estacionamento. Toda a estrada tinha carros (o que é normal) mas desta vez, parados… Incrível…

E depois??? Depois em 15 minutos todo o trânsito escuou porque, já devem estar a calcular, o jogo começava dentro de uma hora…

Felizmente eu fiz o percurso entre a casa e o escritório, como sempre, a pé e não tive que sair às 12 horas do trabalho quando outros 3 milhões de pessoas também saíram. Parece exagerado??? A mim também, mas são os números que se falam…

13 de Janeiro – Um terceiro aniversário muito especial

Mais uma vez o dia 13 foi passado longe da minha metade. Infelizmente este era um aniversário muito especial. É o nosso terceiro ano de namoro e, como tal, por ser passado a tanta distancia, torna-se um momento de reflexão e tristeza.

Precisamente para, na medida dos possíveis, atenuar a tristeza da celebração à distancia, no dia 12, comprei um ramo de flores num dos sites online que efectuam entrega à morada pretendida. Mais uma estória... Daí a 2 ou 3 horas liga-me a Patrícia a dizer “o ramo era muito bonito, mas era só amanhã”. Fiquei sem peceber o que se estava a passar porque tinha escrito que era só para dia 13.
Depois de enviar um e-mail a reclamar com o serviço, muito envergonhada, uma funcionária pediu desculpa pela confusão e ofereceu-se para, no dia 13, enviar um outro ramo sem qualquer custo. Como errar é humano aceitei e, no dia 13, lá chegou um novo, e diferente, ramo.

Entretanto pensava eu que a surpresa seria apenas da minha parte e nem sequer me estava a aperceber de alguns sinais... No dia 12, numa troca de e-mail’s, o Ludgero perguntou se “amanhã” eu não queria ir jantar com ele ao Sushi. Não sabia muito bem a que horas ia sair e tal mas, em principio, daria para irmos... Ficou para combinar depois, consoante a hora a que ele saísse do trabalho...

Enquanto estava eu a arrumar algumas coisas no quarto recebi um telefonema da Patrícia. Fui suficientemente directo para que eu percebesse “Vai aí à porta de casa”. Admirado perguntei “Vou onde?” e ela, rapidamente repetiu “Vai aí à porta de casa”. Sabendo eu do empenho que ela coloca em datas/acontecimentos especiais percebi que, à porta de minha casa, estaria uma surpresa. Nesse mesmo momento retorqui “O que é que andaste a fazer?”

Ao abrir a porta duas surpresas: O Ludgero e a própria surpresa. Ambos desatámos a rir e ele, como manda o protocolo, começou a cantar os parabéns... Nas mãos uma caixa com dois bolos com uma vela espetada num deles... Apressei-me a apagar enquanto o Ludgero, sorrindo, dizia: “essa é daquelas que não apagam logo” e eu confirmei isso... Foi um momento muito especial... Era, num dia especial, uma conjugação muito especial... Surpresa, amor, amizade, companheirismo, alegria e divertimento...

Depois de um agradável “dedo de conversa” regressei ao quarto. Falei então com a Patrícia e agradeci a surpresa. Há coisas muito simples que têm grande significado e esta, como é óbvio, foi uma delas...

Para a posteridade ficam as fotografias que tirei de imediato....Este foi o “meu bolo de aniversário”:







sábado, 6 de fevereiro de 2010

13 de Janeiro – Preparativos em Lisboa da surpresa de 13.01.2010

11h20
Depois de uma dolorosa ida ao dentista, ao entrar na recepção do meu local de trabalho a Tânia sorri a dizer: “tens aqui uma coisa para ti”. Debaixo do balcão sai um ramo de rosas cheio de cor, que era realmente o que o dia e eu precisávamos! A mensagem no envelope era igual, mas foi maravilhoso lê-la de novo como se fosse a primeira vez que o estava a fazer!

19h19
O toque que esperava! Liguei-lhe e disse que se dirigisse à porta de casa. O repórter às vezes é muito chatinho e queria saber o que se passava. Eu disse-lhe apenas que se dirigisse à porta e já ia ver o que era. O que é que andaste a fazer? Olha, sinceramente, não pude fazer muito, apenas aquilo que foi permitido “arranjar”!

À porta estava um Ludgero corajoso, por cantar uma canção de parabéns com um mini-bolo de aniversário na mão e uma vela azul com o número 3!! O três é um número ao qual atribuo um significado especial, e é triste que tenhamos sido forçados a festejar este dia afastados, pois ambos sabemos o que significa para nós. Mas estou certa que melhores dias virão e poderemos celebrar muitos aniversários como este juntos.

Bem sei que o gesto foi pequenino, mas a intenção foi a melhor! Feliz dia para ti também!
Quanto ao Ludgero corajoso, estou certa que num desses dias melhores que estão para vir, lhe poderei agradecer convenientemente a ajuda que me deu!

12 de Janeiro – CTT Estrela - Preparativos em Lisboa da surpresa de 13.01.2010

À hora de almoço faço-me acompanhar à estação dos CTT da minha querida Silvie que, aliás, tem sido uma companhia para tudo, e consigo finalmente enviar o telegrama, ao mesmo tempo que descubro que não só contam as palavras que escrevo como a morada do destinatário, pormenores :) Finalmente estava a caminho. Não sabia era que ia tomar um atalho e ficaria perdido por algum tempo!

Como não estava com nenhuma confiança relativamente à entrega, resolvi solicitar a ajuda de amigos no local!

À tarde, enquanto trabalhava normalmente, chamam-me à recepção para recolher um ramo de flores. Flores? Para mim, hoje? “Sim, estão em teu nome”, disse a Sofia. Desço o mais rápido que posso e vejo o maior ramo que alguma vez tinha visto, rosas vermelho negro com um adereço, vinham numa jarra em vidro! Soube… mesmo bem…. Mesmo tendo sido um dia antes não importava. A florista tinha cometido um pequeno lapso e quando lhe liguei, o repórter de improviso não queria acreditar. Quem não queria acreditar era eu no ramo que estava na minha secretária!

Para a surpresa em Luanda, já tinha combinado o possível e factível com o Ludgero. Ele iria comprar a “lembrança” e dar-me-ia o toque necessário quando estivesse à porta de casa para “fazer a entrega”.



11 de Janeiro – Preparativos em Lisboa da surpresa de 13.01.2010

DIREITO DE ANTENA: O espaço que se segue é da exclusiva responsabilidade dos seus intervenientes.

Hihihihi

O Dia 13 de Janeiro estava a aproximar-se e, por isso mesmo, a minha metade estava a preparar algumas surpresas que se vieram a revelar muito engraçadas. Por isso mesmo, decidimos que ela contaria a “parte Portuguesa” das surpresas e eu contaria a forma como as recebi. Esses textos serão identificados como “Preparativos em Lisboa” e este é o primeiro mas, antes disso, uma pequena nota introdutória da exclusiva responsabilidade do interveniente. Ehehehehehehehehh


Festejar datas importantes e com um significado especial é óptimo, mas fazê-lo com a pessoa que celebra connosco esse dia a quilómetros de distância, torna tudo muito mais difícil de gerir, quer emocionalmente, quer em termos de preparação. Claro que seria tudo mais fácil (entenda-se, apenas do ponto de vista de preparação), se a nossa metade estivesse num país… diferente. Desculpem a fraca imaginação quanto ao adjectivo, mas creio ter sido o melhor que encontrei para descrever Angola. Tudo o que se possa pensar fazer é quase obrigatório deixar de pensar, a menos que tenham a ajuda à produção de amigos residentes ☺

Passo então a contar…

Após 10 tentativas de ligação, finalmente atendem na Estação dos CTT da Estrela (a que tenho mais perto e onde me poderia dirigir).

Eu: Olá bom dia, gostaria de obter informações sobre o envio de um telegrama.
CTT: Telegrama? (ok, bem sei que já ninguém envia, mas eles continuam a existir, certo?)
Eu: Sim, queria enviar um telegrama para fora do país e queria saber quanto custa, quanto tempo demora a chegar, como é o procedimento de envio.
CTT: Bom, para fora do país depende dos locais. Além disso se enviar até às 15h, para alguns sítios garantimos a entrega no dia seguinte, depois das 15h já não.
Eu: Bom, devo já dizer-lhe que é para Angola.
CTT: Ah pois, para Angola não conseguimos garantir o dia de entrega. Depende se mandar como urgente ou não, entre outras coisas.
Eu: Mas não conseguem garantir o dia de entrega como?
CTT: É que depende do operador local.
Eu: Sim, tudo bem. Mas têm mais ou menos noção do tempo, ou não?
CTT: Não, não temos, é que depende mesmo do operador. A partir do momento em que enviamos para lá não podemos garantir nada, porque eles é que tratam da entrega.
Eu: Mas pelo menos garantem-me que é entregue?!
CTT: Sim, até porque fica com um comprovativo com o qual pode reclamar. (Pronto, ok, estou muito mais descansada!!! Não me sabem dizer em que dia chega, mas garantem-me a entrega, sendo que, se isso não acontecer fico com um papel para reclamar! Muito melhor…)
Eu: E quanto custa afinal?
CTT: Bom, deixe-me verificar as tabelas… São 6,20€ só para enviar e mais 0,17€ por palavra.
Eu: E se for urgente?
CTT: Se for urgente é o dobro. Mas olhe que pode tentar fazer por telefone, ligando para o número XPTO….
Eu: Ok, muito obrigada. Vou ver e se não conseguir por telefone amanhã dirijo-me aí.

Nem sequer vou explicar as dificuldades de conseguir fazê-lo por telefone.


10 de Janeiro – O primeiro dia e o primeiro jogo do CAN 2010

Acordei pelas 11 horas.

O choque foi grande porque em Portugal estavam uns 5/6 graus e, naquela manhã, estavam 32º em Luanda. Para além do calor havia também aquela humidade que só se percebe sentindo-a…

Ligou-me então o Ludgero. Na noite anterior tinha-lhe ligado, como tínhamos combinado enquanto ainda estava em Portugal, mas não tínhamos falado. Por isso mesmo ele estava a devolver-me a chamada. Falámos um pouco e, quando lhe contei “o que encontrei quando estava a chegar”, prontamente disse que se ia arranjar e me vinha buscar.

E assim foi, daí a alguns minutos, cá estava o meu “motorista”. Fomos para casa dele e por lá passamos a tarde. A Andreia ainda estava em Portugal e, por isso mesmo, fizemos lá uma grande festa!!!! Brincadeirinha…

Depois de um belo almoço feito pelo Ludgero, almoço para o qual ele não me deixou contribuir, passámos a tarde a namorar (entenda-se cada um com a sua namorada), a por a conversa em dia, a cochilar, e a ver televisão. É sempre bom estar na companhia dos amigos.

Combinámos então que eu veria lá o jogo inaugural do CAN que começava pelas 20 horas e depois, antes de acabar, ele iria deixar-me em casa para não ficar retiro no trânsito. Durante todo o dia as pessoas andaram a percorrer as ruas com os carros, a buzinar, a acelerar, etc etc etc. No fundo o povo estava contente e queria fazer parte da festa e, se Angola ganhasse, a festa seria rija. Por isso mesmo, antes de acabar ele iria deixar-me em casa.

Tinhamos até brincado com a situação e, às 19.30, a luz foi abaixo… Já tínhamos comentado que, quando ligassem a iluminação do estádio, a cidade ficaria às escuras. Por isso mesmo, quando a luz faltou, olhámos um para o outro e desatámo-nos a rir. Ele apressou-se a ir ligar o gerador mas daí a poucos minutos a energia voltou.

Vimos então 70 minutos de jogo e, nessa altura, ele foi-me então levar.

Quando saímos de casa o jogo estava 3-0. O percurso até à minha casa demora cerca de 4 minutos e, quando estávamos mesmo a chegar à porta de minha casa, assustámo-nos com um grupo de pessoas que saíram a correr de um dos portões das casas vizinhas. Percebemos, pelos gritos e pelos sorrisos, que tinha sido o 4 golo de Angola. Angola ganhava por quatro a zero. Conversámos então um pouco e concluímos que era melhor ele despachar-se e chegar antes do jogo acabar porque iam sair todos à rua doidos com o resultado. E pronto… Cheguei a casa, falei um pouco com a minha metade, e ouvi mais alguns ruídos e gritos que, pensei, seriam o 5-0 ou então o fim do jogo…

Enganei-me… Daí a poucos minutos ligou-me o Ludgero a rir… Queria saber se eu estava a ver o jogo. Como lhe disse que não então disse-me que o jogo já estava empatado. Nem queria acreditar… Como é que era possível?!?!

Mas foi verdade… Angola empatou de facto o jogo de abertura do CAN 2010 depois de estar a ganhar por 4-0. Para a história fica o resultado (Angola 4 – 4 Mali) mas também um jogo, diria, raro na história do futebol.

9 de Janeiro – A chegada

Esta foi uma viagem diferente e, consequentemente, foi uma chegada diferente.

Diferente porque a carga emotiva desta chegada era inferior (afinal de contas já não estava a chegar a um local onde nunca tinha estado nem ia ter com pessoas que não conhecia) mas também, e principalmente, porque agora tudo estava novo à minha chegada.

É verdade… As coisas que o futebol faz. Angola é o organizador do CAN 2010 (Campeonato Africano de Futebol) e, por isso mesmo, para além dos 4 estádios necessários para a realização do torneio, muitas infra-estruturas foram construídas e/ou reabilitadas.

Neste caso falo do aeroporto. À chegada, eu e os meus colegas, nem queríamos acreditar. Estávamos num aeroporto actual e moderno (por oposição ao antigo e desconfortável). Tudo era novo, não só o aspecto mas também a configuração. Tudo estava muito mais organizado e pensado para a prestação de um melhor serviço.

A afluência era grande, afinal de contas era por estes dias que todos os expatriados estavam a entrar no país mas, mesmo assim, a eficácia era claramente superior à minha primeira chegada.

Desta vez fui atendido por uma senhora muito simpática e atenciosa. Não me foi “solicitado nenhum café” e tudo foi normal…

Na zona seguinte, dos tapetes, tudo era também novo… Acabamentos modernos e, acima de tudo, maior funcionalidade. Uma grande surpresa…

Saíndo do edifício também toda a zona das “chegadas” estava renovada e modernizada. Com um parque de estacionamento condigno e bem arranjado. Bem sei que, quando cheguei, se estavam a iniciar as obras no aeroporto e, por isso mesmo, toda a zona estava mais confusa e desorganizada do que era habitualmente mas, as melhorias são claríssimas.

À espera tínhamos 2 motoristas da empresa porque pensavam que iriam chegar 8 ou 9 pessoas. Afinal, em vez de 8 ou 9 eramos apenas 3. O Sr. Domingos, o mesmo condutor que me foi buscar da primeira vez, veio então deixar-me em casa. No caminho para casa percebi então que a senhora que trata da casa só começava a trabalhar na segunda-feira (sendo dia 9 o sábado anterior). Percebi logo que não teria muitas opções para as 3 refeições do dia seguinte. Chegado a casa, uma vez que por sorte me tinham alertado para pedir as chaves de um dos colegas, entrei na “parte comum” com essa chave. Eu tinha-me ido embora antes e, como na véspera da viagem para Portugal seria necessário utilizarem o meu quarto, tinha deixado a minha chave. Esperava eu que a chave estivesse, na tal zona comum, para que eu pudesse ir para o meu quarto.

Afinal não… Entrei em casa e nada… nada é mesmo nada… Nem comida, nem chave do quarto, nem televisão (apesar de termos 2 serviços de televisão por cabo), nem internet, nem nada… Procurei então a chave de um dos outros quartos do anexo (são 3 no total) e, felizmente, encontrei as chaves do quarto que não tinha residente fixo.

Hoje riu-me da situação mas naquele momento não achei nada agradável… São precisamente os momentos iniciais , aqueles que se seguem à vinda de casa, do conforto e da companhia de amigos e familiares, que custam mais e, nessa altura, estava completamente isolado, afastado e, ainda por cima, sozinho… É verdade…. Para além dos 2 colegas que fizeram a viagem comigo (que iam para o estaleiro central em Viana), eu era o primeiro a chegar…. Pois… Para além de tudo o que faltava em casa, eu era também o elemento com menos mobilidade… Porque ainda não tinha carro mas também, porque era a pessoa que pior conhecia a cidade….

Nesse dia, cansado, descansei umas boas horas. Precisava de dormir para me recompor do cansaço da viagem, mas também, para acalmar a “raiva” de, para além do computador, não ter outra forma de me distrair.

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